Ensino universitário brasileiro precisa de revisão

Na opinião de especialista, universidades estão calcadas em tradições centenárias sem acompanhar evolução global

 24/09/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 15/10/2018 as 11:38

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Durante 17 semanas, o Jornal da USP no Ar, no quadro UrbanSus, discutirá um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Jornal da USP no Ar. Nesta semana, o tópico em discussão é o Objetivo 4, que envolve todos os níveis educacionais, desde a primeira infância até a vida adulta, e tem como uma de suas metas garantir que a educação seja viável para todos, sem discriminação de gênero. Marcos Buckeridge, professor do Instituto de Estudos Avançados (IEA), e Luiz Beviláqua, professor visitante do IEA, que implantou o projeto acadêmico da Universidade Federal do ABC (UFABC), falaram sobre o tema.

Luiz Beviláqua comenta a diferença de gênero na educação, o que ele não julga ser um dos maiores problemas, considerando que em algumas áreas há predominância de mulheres e uma tendência de melhora. Na opinião dele, deve ser prioridade pensar na velocidade com a qual o conhecimento avança, em como as coisas alteram-se rapidamente e a necessidade de acompanhar isso. Ele ressalta alguns dos questionamentos dos estudantes universitários sobre a universidade e o futuro. Para ele, a desistência dos estudantes está relacionada ao fato de acharem que os cursos não oferecem uma perspectiva de futuro.

Segundo o professor, o Brasil está atrasado. Há, por exemplo, uma desconexão entre o Ministério da Educação (MEC) e as universidades. “O ensino universitário está calcado numa tradição centenária, sendo que o mundo mudou muito”, comenta. Para Luiz Beviláqua, é necessária uma revisão total das universidades. Algumas coisas são básicas para cada atividade profissional, mas, em outras, os estudantes devem ter a oportunidade de escolher.

Ele comenta que outro problema no País é valorizar só o diploma e não a competência em si. Isso faz com que pessoas que optam pelo ensino técnico tenham um conhecimento considerado como “inferior”, o que reflete no salário e não deveria acontecer. Outra questão é o “descolamento” entre a universidade e o ensino médio. Geralmente, o ensino médio e o ensino superior não se conversam, o que não acontece em São Paulo, por exemplo, que possui as melhores universidades estaduais e um bom ensino primário e secundário.

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