Um estudo da Escola Politécnica (Poli) da USP analisa os impactos de intervenções em corredores de transporte público por ônibus, considerando as emissões de poluentes atmosféricos e suas consequências diretas. A pesquisa fornece elementos a serem considerados pelos tomadores de decisão na formulação de políticas públicas sobre o transporte.
Ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Vinícius Brandão Pietrantonio, mestrando em Engenharia de Transportes pela Escola Politécnica, e Orlando Strambi, professor da Escola Politécnica e orientador da tese, comentam que, entre esses impactos, está o aquecimento global e também os efeitos da poluição sobre a saúde humana.
De acordo com Strambi, o transporte é o principal emissor de gases poluentes nas cidades. O professor comenta que normalmente o estudo de intervenções sobre o transporte urbano considera variação em custos, receitas e operacionais. “O que é menos levado em conta são os efeitos das emissões”, afirma. “A ideia é trazer esses efeitos mais complexos para dentro do processo de tomada de decisão das intervenções no transporte urbano.”
Segundo Pietrantonio, o problema é multidisciplinar, o que o torna complexo. “Você tem que estudar desde as atividades urbanas e o sistema de transporte até os aspectos mecânicos e físico-químicos que geram as emissões.” O autor da dissertação também comenta que é possível avaliar a efetividade dos diferentes tipos de intervenções. “Com base nisso, acredito que os tomadores de decisão terão um bom ponto de partida.”
O estudo conclui que as intervenções de engenharia, como as faixas exclusivas para ônibus e os sistemas Bus Rapid Transit (BRT), que aceleram as paradas e diminuem a emissão de poluentes, são superiores a medidas econômicas, como a cobrança de pedágios urbanos. Há também a alternativa da substituição tecnológica, como a utilização de veículos elétricos. “Agora, a gente tem um mecanismo que leva em conta os impactos sobre a sociedade de uma forma mais geral, incluindo aqueles decorrentes das emissões”, finaliza Strambi.
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