Embora cada vez mais seguro, viajar de avião ainda depende do fator humano

Apenas a tecnologia não é suficiente, se não for acompanhada por uma maior qualificação do Sistema de Tráfego Aéreo

 08/02/2018 - Publicado há 6 anos
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Quem tem medo de viajar de avião tem bons motivos para comemorar. É que a organização holandesa Aviation Safety Network revelou que 2017 foi o ano mais seguro para passageiros aéreos em toda a história da aviação. No total, foram registrados dez acidentes aéreos no ano passado, mas nenhum deles envolveu linhas comerciais regulares. Ao que tudo indica, portanto, viajar pelos ares está cada vez mais seguro.

O professor João Camargo, coordenador do Grupo de Análise de Segurança do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Universidade de São Paulo, assegura que o transporte aéreo vem evoluindo cada vez mais no tocante à segurança, o que representa uma diminuição considerável do nível de risco. “A tecnologia aumenta, o nível de redundância aumenta, tudo isso proporciona não só um nível de segurança, mas, principalmente, no transporte aéreo, um nível de disponibilidade. Quer dizer, o sistema não só tem que funcionar bem como ele tem que estar disponível para o uso”, diz ele.

Há desafios, contudo, pois não se pode ignorar que a demanda deve continuar crescendo, inclusive com drones de grande porte, o que exigirá um excelente nível de funcionamento do Sistema de Controle de Tráfego Aéreo. Apesar de toda a tecnologia à disposição, a nossa segurança dentro de uma aeronave ainda depende em grande parte da consciência situacional do controlador de tráfego aéreo. Segundo João Camargo, a automatização cada vez maior da aeronave vai começar a passar para a figura do controlador. Este vai ser mais um supervisor do que um controlador. Isso, ainda de acordo com o especialista, acabará tendo um impacto muito grande em todo o sistema.

 


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