O programa Ambiente É o Meio desta semana conversa com a professora de arquitetura e urbanismo Karine Gonçalves Carneiro, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), sobre o livro Mineração: Realidades e Resistências, publicado pela Editora Expressão Popular em 2020.
O livro traz o resultado de pesquisas sobre os impactos e as tragédias decorrentes do modelo de mineração utilizado no Brasil, além de movimentos populares e instituições que atuam como resistência às consequências que a atividade pode acarretar, como os desastres em Brumadinho e Mariana. Karine conta que a questão central desses movimentos não é a mineração, mas as técnicas utilizadas durante o processo, pois “são escolhas que não acontecem em outros países que também são mineradores”.
Outra questão levantada é a relação entre a mineralização e a política. A professora afirma que boa parte das empresas atua através de “um modus operandi que se beneficia da influência político-partidária” e que elas não abrem espaço para a participação popular no que diz respeito às estratégias de mineração a serem adotadas, desconsiderando “os saberes do povo e da própria Academia”. Para Karina, “não há neutralidade nenhuma nesse tipo de ciência minerária”, pois “responde a determinadas necessidades econômicas para poder atingir um maior lucro”.
A obra é uma parceria entre o Projeto Brasil Popular (PBP), o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), o Grupo de Estudos e Pesquisas Socioambientais (Gespa) da Ufop e o Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Sociabilidade e Saúde (LETSS) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Além de Karina, participam os pesquisadores Murilo da Silva Alves, Tatiana Ribeiro de Souza, Charles Trocate e Marcio Zonta.
Os interessados podem baixar o livro Mineração: Realidades e Resistências neste link.