Eleições foram marcadas por forte influência das redes sociais

O problema, segundo Renato Janine Ribeiro, é o uso do WhatsApp na propagação de fake news para influenciar o eleitor

 10/10/2018 - Publicado há 6 anos

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Na coluna desta semana, Renato Janine Ribeiro explica como as eleições 2018 foram marcadas por uma grande influência das redes sociais, em especial do WhatsApp com as fake news. O candidato à Presidência Geraldo Alckmin, com quase cinco minutos de propaganda eleitoral e maior tempo de TV, ficou em quarto lugar, ao passo que Jair Bolsonaro, com apenas oito segundos, conseguiu quase metade dos votos da população brasileira.“O tempo de TV perdeu muita importância por causa das mudanças na comunicação, das redes sociais e do boca a boca”, diz o colunista.

Na opinião de Renato Janine, é preciso repensar as formas de comunicação e distinguir o Facebook do WhatsApp. O primeiro se diferencia da mídia tradicional porque qualquer um pode falar. “Embora haja maneiras de conseguir maior público, uma boa parte disso depende da capacidade, dinamismo e garra de quem posta no sentido de conseguir mais apoio. Não que isso seja necessariamente ético. Não que quem tem mais apoio seja melhor. Mas, de qualquer forma, há estratégias, e mesmo que eu poste tudo só para os meus amigos, isso está estocado nos servidores do Facebook e pode, eventualmente, ser entregue à Justiça”, explica.

Já no WhatsApp, como as mensagens são criptografadas, ao que tudo indica, os donos do aplicativo não têm ideia do que é dito e nem podem passar para a Justiça. Então, nós temos uma discussão eminentemente pública sobre eleições, e essa discussão está sendo eminentemente privada. Mensagens secretas, que ninguém mais vê, que não tem como refutar, não tem como punir, não tem como castigar. “Eu diria que o WhatsApp, somado com as fake news, pode sim eleger um candidato. É esta a grande questão que nós vamos ter de entender e trabalhar agora.”

Ouça, no link acima, o áudio na íntegra da coluna Ética e Política.


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