Edith Modesto conversa sobre adolescentes transexuais

A psicanalista diz que os jovens transexuais têm constantemente as suas identidades fragilizadas, levando-os muitas vezes à marginalidade, ao desenvolvimento de doenças emocionais e, até mesmo, ao suicídio

 05/10/2020 - Publicado há 4 anos
Por
Logo da Rádio USP
Logo da Rádio USP
Logo da Rádio USP

O professor Ricardo Alexino Ferreira entrevista a pesquisadora e psicanalista Edith Modesto, doutora em Semiótica e Linguística Geral pela USP. Edith fala das suas pesquisas envolvendo o universo transexual de crianças e adolescentes e as diferentes formas de acolhimento e empoderamento desse grupo, que, muitas vezes, sofre violência por parte dos próprios pais e, também, fora de casa. “Os jovens transexuais têm constantemente as suas identidades fragilizadas, levando-os muitas vezes à marginalidade, ao desenvolvimento de doenças emocionais e, até mesmo, ao suicídio”, ressalta.

Edith é fundadora e presidente da Associação Brasileira de Pais e Mães de Homossexuais, que envolve o Grupo de Pais de Homossexuais (GPH). Essa entidade tem o principal objetivo de interagir com pais, filhos de homossexuais, para orientá-los a conhecer a questão da diversidade e entender melhor a orientação sexual de seus filhos para poder protegê-los e apoiá-los.

A partir do GPH, Edith criou o Projeto Purpurina, que é voltado e realizado pelo público jovem LGBT e tem por objetivo trabalhar o “protagonismo juvenil”, em que os próprios jovens escolhem os assuntos de seu interesse e coordenam as suas próprias reuniões, monitorados por especialistas, resgatando a autoestima desse público.

Em 2011, Edith ganhou o prêmio Tese Destaque USP em Linguística, Semiótica, Letras, Línguas Estrangeiras e Artes pelo seu doutorado Homossexualidade, preconceito e intolerância: análise semiótica de depoimentos. É um dos maiores prêmios da USP em reconhecimento às pesquisas desenvolvidas nos programas de pós-graduação da Universidade.

Autora de mais de 20 livros, as suas obras têm sido referência para o entendimento das questões LGBTI+ como Homossexualidade, preconceito e intolerância familiar (Edusp); Mãe sempre sabe? Mitos e verdades sobre pais e seus filhos LGBTs” (Editora Record); Vidas em arco-íris: depoimentos sobre a homossexualidade (Editora Record); Diversidade sexual na escola: uma metodologia de trabalho com adolescentes e jovens (Editoras Prosare/MacArthur), dentre outros. Também publicou muitas obras para o público infantojuvenil.

Ela também é pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre a Intolerância, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na USP. Em 2016, Edith Modesto foi convidada pelo Comitê Organizador das Olimpíadas a participar do revezamento da tocha olímpica, em reconhecimento ao seu trabalho envolvendo orientações sexuais e identidades de gênero.


Diversidade em Ciência

O Diversidade em Ciência é um programa de divulgação científica voltado para as ciências das diversidades e direitos humanos, e vai ao ar toda segunda-feira, às 13 horas, com direção e apresentação do jornalista e professor da Escola de Comunicações e Artes -USP e membro da Comissão de Direitos Humanos da USP, Ricardo Alexino Ferreira, e operação de áudio de João Carlos Megale. O programa é transmitido pela Rádio USP FM 93,7Mhz (São Paulo) e Rádio USP FM 107,9 (Ribeirão Preto) , e também por streaming. As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.

.


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.