“Diálogos na USP” debate o futuro do futebol brasileiro

Especialistas debatem as perspectivas do esporte e as causas do atraso do título de hexacampeão

 13/07/2018 - Publicado há 6 anos
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A Copa do Mundo, realizada neste ano na Rússia, foi um grande sucesso. O presidente da Fifa declarou ter sido “a melhor Copa de todos os tempos”. Entretanto, não se pode afirmar isso para os brasileiros amantes de futebol. A seleção brasileira foi eliminada nas quartas de final, em um jogo contra a Bélgica.

Pensando ainda no sonho frustrado do hexacampeonato, o Diálogos na USP  discutiu o futuro do futebol no Brasil. Marcello Rollemberg e Luiz Roberto Serrano conversaram com Katia Rubio, professora da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP e coordenadora do Grupo de Estudos Olímpicos, e com Marcelo Damato, jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, que trabalhou em veículos como o jornal Folha de S. Paulo e o diário esportivo Lance.

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

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A principal questão abordada no primeiro bloco foi a não identificação da seleção brasileira com o povo brasileiro e a estrangeirização dos jogadores. “Nessa Copa, a seleção teve pouca identidade com o torcedor brasileiro”, afirma Katia Rubio. Já para Damato isso é um reflexo da estrangeirização do País como um todo, além do verdadeiro futebol brasileiro que ficou no Brasil estar bem ruim. “Veremos isso a partir de quarta-feira, quando retorna o Campeonato Brasileiro”, analisa.

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

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Foto: Marcos Santos / USP Imagens

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Perguntados a respeito de como melhorar o futebol existente no Brasil, Katia salientou que
o esporte não é encarado nem como um negócio e nem como um agente social, sendo sustentado pela memória de glória que a modalidade possui. “O futebol brasileiro de hoje é um fantasma de si mesmo. É duro, mas a realidade é essa.” Por outro lado, o jornalista esportivo ressaltou o tratamento dado aos jogadores da base e o investimento nos meninos. “O jogador da categoria de base é uma mercadoria. Nos clubes europeus o jogador mirim fica de cinco a seis anos até encontrar um local. Aqui no Brasil, ele pula de clube em clube”, observa Damato.

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Ouça no link acima a íntegra do Diálogos na USP.


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