Desertificação nada mais é do que a degeneração de um ecossistema

Quando a cobertura vegetal ficar em 40% ou menos, o risco de desertificação – a possibilidade da área virar deserto – é alto 

 04/12/2019 - Publicado há 4 anos
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O programa Ambiente É o Meio desta semana conversa com pesquisador Fernando Meloni, do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, sobre a possibilidade de áreas com 40%, ou menos, de cobertura vegetal virarem deserto. 

Meloni conta que a desertificação ocorre de maneira tão rápida que pessoas acompanham o acontecimento desse processo ao longo de suas vidas sem ao menos perceber. “Esses ecossistemas foram explorados durante séculos e milênios e nada havia acontecido, mas, de repente e de uma hora para a outra, começou a acontecer”. 

O pesquisador explica que a desertificação ocorre a partir do momento em que a capacidade de regeneração de um ecossistema é comprometida. Segundo ele, essa capacidade pode ser comparada à reação do corpo humano a machucados. “O ecossistema é como a pele de uma pessoa. Se você fizer um pequeno ferimento, a sua pele consegue se regenerar. Da mesma forma, um ecossistema que sofre uma pequena injúria consegue normalmente se recuperar”. 

Meloni conta ainda que o mesmo acontece quando o corpo sofre um grande ferimento, porém, no caso do ecossistema, a capacidade de regeneração pode ficar comprometida quando a cobertura vegetal do ambiente é degradada de forma a restar apenas 40%, ou menos, da vegetação. 

Ambiente É o Meio é uma produção da Rádio USP Ribeirão Preto em parceria com professores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP e Programa USP Recicla da Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) da USP.


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