Crianças podem receber outras vacinas durante o processo de vacinação da covid-19

Ana Marli Sartori comenta que a vacina disponibilizada é a mesma para a população adulta, dividida em duas doses e com intervalo de 28 dias entre elas

 22/07/2022 - Publicado há 2 anos
Vacinação – Foto: saude.ms.gov.br
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O Brasil começa a vacinar crianças de 3 e 4 anos contra a covid-19. Após a autorização da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), algumas capitais que possuem estoque, como a cidade de São Paulo, já foram liberadas para a aplicação de doses. 

Trazendo mais detalhes sobre o assunto para o Jornal da USP no Ar 1ª Edição, a professora Ana Marli Sartori, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP e infectologista do Centro de Imunização do Hospital das Clínicas, começa destacando a importância da vacinação nessa faixa etária. Ainda que as crianças desenvolvam quadros mais leves da doença, é importante salientar que houve óbitos e hospitalizações por covid, em particular entre as de 6 meses e 5 anos de idade, além de serem importantes disseminadoras da doença. 

Ana Marli Christovam Sartori – Foto Reprodução YouTube

A vacina disponibilizada é a mesma para a população adulta, dividida em duas doses e com intervalo de 28 dias entre elas. Vale ressaltar que a criança pode receber outras vacinas durante esse processo, porém, a orientação é a de que se ela estiver com sintomas fortes de gripe e com covid ou em contato com pessoas com covid,  “este não é o momento de vacinação, então aguardamos um mês após o início da doença ou do dia do exame positivo”, salienta a professora. 

Por enquanto, a vacinação tem acontecido por processo de escalonamento. Estão sendo vacinadas as crianças indígenas e as com comorbidades e deficiências em um primeiro momento. Já a população indígena está sendo vacinada nas aldeias. Para comprovar a comorbidade e a deficiência, é necessário um atestado médico, que pode ser um laudo ou um cartão em serviços especializados. 

Crianças imunossuprimidas podem apresentar comorbidades, porém o contrário não é tão verdade. Ana Marli diz que entram na classificação de imunossuprimidas as que possuem asma grave, cardiopatias, em tratamento de câncer e transplantadas. Estas são prioridades na vacinação neste primeiro momento, junto das que apresentam doenças cardíacas, pulmonares, renais, hepáticas e neurológicas, que não são necessariamente imunossupressoras. 

Ana Marli Sartori finaliza chamando atenção para a lista da xepa, aos horários e para a disponibilidade de vacinas, que têm um prazo de um dia, ou serão descartadas. A carteirinha de vacinação não é obrigatória, e as reações se resumem à “dor no local da vacina”. 


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