No início do mês de abril, o Ministério da Saúde incluiu gestantes, puérperas, ou seja, mulheres que deram à luz há pouco tempo, e crianças de até 5 anos no grupo de risco para a covid-19. Fábio Carmona, professor do Departamento de Puericultura e Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, explica que as crianças abaixo dos 5 anos são mais suscetíveis à doença, segundo os dados de países europeus e dos Estados Unidos.
A covid-19 causa, nas crianças, a síndrome respiratória aguda grave, a mesma condição que causa nos adultos. “No entanto”, Carmona explica, “evidências mais recentes mostram que o coronavírus pode causar também problemas neurológicos, no sistema nervoso central e no circulatório. Essas manifestações não foram descritas na China, mas nos Estados Unidos, sim. Esse é mais um motivo de preocupação com as formas graves da doença em crianças”.
Silvana Quintana, professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP explica que, durante a gravidez, as mulheres passam por diversas adaptações no organismo. “A adaptação no sistema imunológico, por exemplo, pode predispor uma grávida a maior risco de infecção. Isso pode ocasionar uma evolução mais desfavorável da doença nesse grupo de mulheres”, explica.
Ela reforça que ainda é preciso manter o cuidado pré-natal. “O que pode acontecer é um espaçamento entre essas consultas, mas de forma alguma deixar de comparecer. Além disso, deve-se manter as orientações de precaução: ficar em isolamento, evitar aglomerações e frequente higienização das mãos”, completa a professora.