Esta semana, em Decodificando o DNA, a geneticista Mayana Zatz apresenta uma promissora aplicação das células-tronco: “recauchutar” corações que apresentam problemas. Para isso, a ideia é utilizar células-tronco pluripotentes induzidas, as células IPS, da sigla em inglês. Descobertas em pesquisa que levou um Nobel em 2012, elas têm a capacidade de se diferenciar em qualquer tecido, sendo obtidas a partir de uma célula-tronco não-pluripotente adulta, por meio da indução da manifestação de certos genes.
Uma das grandes vantagens para seu uso terapêutico é que podem ser utilizadas no tratamento da própria pessoa de quem foram tiradas, além de poderem ter suas mutações estudadas diretamente e corrigidas – é o chamado “paciente num tubo de ensaio”.
“Fazemos isso rotineiramente agora. Podemos, a partir do sangue de uma pessoa portadora de doenças genéticas, reprogramar as células desta pessoa no laboratório, e gerar qualquer tecido: neurônios, células musculares, ósseas, e cardíacas”, explica a cientista.
Essa tecnologia tem sido especialmente estudada para a regeneração de órgãos, e uma publicação recente da revista Nature trata dos primeiros testes do método para o tratamento de doenças cardíacas. A pesquisa é liderada pelo médico Yoshiki Sawa, na Universidade de Osaka, Japão.
A professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências (IB) da USP conta mais detalhes em sua coluna.
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