Controle nas instituições reduziu impacto da pandemia entre idosos

Yeda Duarte é coordenadora de estudo que avaliou o impacto da covid-19 entre os idosos, sobretudo aqueles que residem em instituições de longa permanência

 01/10/2020 - Publicado há 4 anos
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O Jornal da USP no Ar recebeu hoje (1°) a professora Yeda Aparecida de Oliveira Duarte, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, coordenadora do Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (Sabe), um estudo longitudinal sobre as condições de vida e saúde dos idosos do município de São Paulo, para tratar dos impactos da pandemia da covid-19 entre idosos.

Os estudos sobre esses impactos foram realizados em instituições de longa permanência, as quais, segundo a professora, foram de grande contribuição para um maior controle das infecções das instituições como um todo. “No início da pandemia, estávamos todos preocupados que acontecesse no Brasil o que ocorreu na Europa, onde a maior parte das mortes acontecia com idosos que residiam nas instituições”, diz. A fim de evitar esse quadro, especialistas das áreas de gerontologia e geriatria se uniram em uma frente nacional de enfrentamento da pandemia nas instituições. As frentes começaram a auxiliar as instituições e conseguiram, inclusive, contato com o poder público para a liberação de uma verba de emergência.

Em relação aos estudos sobre os efeitos do coronavírus nos idosos, Yeda lembra que, apesar de o estarmos enfrentando, esse é um vírus novo e, por isso, não se sabe tudo o que acontece com ele. “Temos observado que, em casais de idosos, apenas um deles contrai o vírus; centenários, quando se contaminam, têm uma evolução bastante positiva; então o que se estuda no momento é se existe algum componente genético que contribui para esses quadros”, ela explica, reforçando que isso não invalida a continuação das medidas de proteção necessárias. 

“Observamos que a maior contaminação é dos contactantes, as pessoas que convivem com os idosos e têm contato direto com eles, assim como existe o risco do profissional que está fora, em relação às instituições de permanência, levar a contaminação para as casas”, alerta a professora, segundo a qual, por isso, a circulação ainda deve ser controlada. 

Por fim, Yeda comenta sobre um movimento que as pessoas da área de gerontologia e geriatria têm colocado em pauta: que todas essas medidas de restrição, de maior cuidado nas instituições, não morram com a pandemia. “Trata-se de um movimento em prol de um maior cuidado com populações mais vulneráveis, isso deve permanecer como uma política nacional de cuidados de longa duração, especialmente porque trouxeram um resultado muito positivo”, completa.

Ouça a íntegra da entrevista no player. 


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