Condições urbanas favorecem vírus transmitidos por mosquitos

A professora Maria Anice comenta que “é muito difícil fazer um controle efetivo do mosquito sem fazer mudanças no ambiente urbano”

 17/02/2020 - Publicado há 4 anos
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Quando pensamos no cenário epidemiológico do Brasil, conseguimos observar quatro grandes vírus vinculados ao mosquito Aedes aegypti: dengue, chikungunya, febre amarela e zika. Condições ambientais, ecológicas, sociais e até entomológicas são as causas que permitem a propagação efetiva dessas infecções em pessoas suscetíveis.    

São esses motivos que fazem Estados tão distantes como Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte terem resultados semelhantes em casos prováveis de chikungunya, como revelado em 2019, no Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. “Como você tem uma população totalmente suscetível, você tem os mosquitos naquela região, e as condições sociais, ambientais e ecológicas são favoráveis, então você tem uma transmissão maior mesmo”, comenta a professora Maria Anice Mureb Sallum, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.  

O verão acaba sendo um dos grandes fatores de proliferação do mosquito, que aproveita para acelerar seu desenvolvimento. A professora explica que “temperaturas mais elevadas aceleram muito essa etapa do desenvolvimento do vírus dentro do organismo do mosquito”. No calor, há um crescimento acelerado do mosquito, que cresce de ovo à fase adulta em menos tempo, se comparado a outras estações. 

Uma constatação evidente, mas desconfortável, é que, se não houver uma mudança de pensamento em questões estruturais de nossa sociedade, não teremos uma melhora efetiva do quadro, tanto em questão de controle quanto na eliminação completa do mosquito. 

Confira acima a matéria completa.


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