Comportamento agressivo na infância pode indicar transtorno psiquiátrico

Segundo Luisa Sugaya, criança com quadro de Transtorno de Oposição Desafiante não aceita limites, é agressiva e de difícil convivência com o mundo ao seu redor

 27/10/2020 - Publicado há 3 anos
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Muitos pais e mães convivem com crianças que fazem birra quando não querem sair de um local onde estão se divertindo, quando querem algum brinquedo ou por qualquer outra situação. Mas o que acontece quando essa chamada birra ultrapassa todos os limites de tempo, de intensidade e agressividade? Essa criança pode ter Transtorno de Oposição Desafiante.

Segundo Luisa Sugaya, psiquiatra da infância e adolescência e doutoranda pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, “esse é um transtorno psiquiátrico que costuma se iniciar na infância, com um padrão frequente e persistente, de humor irritável, comportamento desafiador e vingativo. Na prática, são crianças que se irritam com facilidade, com episódios de birra frequentes e intensos, e diante de frustrações costumam se descontrolar, choram, gritam, quebram objetos, batem portas e apresentam comportamento agressivo”.  Mas essas não são as únicas características. Elas também, frequentemente, “desobedecem, se recusam a seguir os comandos, questionam, enfrentam figuras de autoridade como pais e professores, apresentam comportamentos provocativos que incomodam outras crianças ou quem está ao seu redor” diz Luisa.

Para confirmar que alguém é portador do Transtorno de Oposição Desafiante, é necessário um diagnóstico médico em que se constate que esse comportamento ocorre por um período prolongado, em uma frequência e intensidade atípicas para a faixa etária e estar associado a sofrimento e prejuízo para esse menor, como, por exemplo, em atividades escolares e práticas esportivas.

Ainda não se sabe tudo quanto às origens do transtorno. “São diversas as causas envolvidas, que incluem fatores genéticos, cognitivos, funcionamento cerebral e o ambiente em que a criança vive. Violência doméstica, práticas parentais autoritárias ou inconsistentes, negligência e maus-tratos são algumas condições associadas à ocorrência desse transtorno”, conclui Luisa.


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