Biólogo da USP tranquiliza: ostras não estão contaminadas

Pesquisa mostra que um anelídeo invasor, originário do Pacífico, pode prejudicar a produção de ostras no Brasil

 11/08/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 15/08/2016 as 14:57

Ouça a entrevista da repórter Simone Lemos com o professor Álvaro Esteves Migotto, do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo.

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Foto: Rodolfo Oliveira/Fotos Públicas
Foto: Rodolfo Oliveira/Fotos Públicas

Poderia ser um filme de ficção: anelídeos desconhecidos, não pertencentes à fauna nacional, infestando as ostras e colocando em risco a produção nacional dessa espécie de molusco.  A trama, no entanto, está calcada na realidade, embora não seja tão ameaçadora como se imagina. O fato é que uma pesquisa científica identificou a presença de um anelídeo em ostras selvagens do Estado de São Paulo.

De acordo com o biólogo Álvaro Migotto, do Centro de Biologia Marinha da USP, é a primeira vez que se constata a presença dessa espécie de anelídeo – semelhante a uma minhoca – no Atlântico Sul, mas ele já teria causado impactos negativos no cultivo de ostras e mexilhões em outras partes do mundo. No Brasil, por enquanto, esse animal só foi encontrado em ostras, daí a preocupação dos criadores desse tipo de molusco.

Migotto conta que esses anelídeos cavam pequenas galerias nas conchas do molusco e ali vivem. O impacto causado não é direto, mas, ao longo do tempo, podem perfurar a concha e causar prejuízos à ostra. Se a infestação for muito grande, o impacto pode ser maior. Para o ser humano, porém – garante o cientista -,  não existe qualquer perigo.


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