Bióloga da USP é premiada na área de ciência pela revista “Claudia”

Linha de pesquisa investiga alteração genética em mosquitos para criar linhagem que não transmite doenças

 30/10/2018 - Publicado há 5 anos

Professora do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP é premiada pela revista Claudia na categoria Ciências, que promove o trabalho de cientistas no País. O prêmio, concedido por indicação, homenageia mulheres sul-americanas de destaque na área. O Jornal da USP no Ar conversou com a doutora Margareth Capurro, ganhadora do prêmio, bióloga responsável pelo Laboratório de Mosquitos Geneticamente Modificados do ICB da USP, sobre sua linha de pesquisa.

Foto: USP Imagens

A professora classifica o prêmio como de extrema importância, pois incentiva mulheres cientistas, reconhecendo suas carreiras e resultados de estudos. Sobre o papel das mulheres na ciência, Margateth Capurro afirma que sempre tiveram participação ativa na academia, porém precisam enfrentar uma gama de homens com títulos mais importantes dentro da área.

A linha de pesquisa da bióloga investiga formas de combate do mosquito Aedes aegypti, causador de doenças como dengue, febre amarela urbana, zika e chikungunya. A primeira linha de estudo, já em fase de produção e testes, visa a desenvolver mosquitos estéreis a partir de modificações genéticas. A especialista explica que a liberação desses mosquitos transgênicos, dentro de um controle integrado, possibilita a redução de sua população. Antes, a esterilização era feita com radiação, o que gerava receios por conta da contaminação. Com a técnica genética, Margareth garante  eficácia e segurança.

Outro estudo relacionado à transgenia,  ainda não completo e em investigação por cerca de 20 anos, permite a criação de um modelo suicida, em que o mosquito morre quando contaminado com o vírus da doença. Dessa forma, segundo Margareth, a transmissão seria bloqueada e a convivência com o ser humano não seria prejudicial. A pesquisa foi financiada pela Agência Internacional de Energia Atômica, ligada à Organização das Nações Unidas, por isso sua distribuição será gratuita entre os países membros. A especialista completa ao dizer que o Aedes aegypti pode e deve ser combatido.


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