Bienal mostra a arte da incerteza

“Diálogos na USP” discute a arte do ponto de vista do público leigo, o quanto ele entende o que vê

 23/09/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 27/09/2016 as 11:43

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A 32ª Bienal de São Paulo abriu neste mês sob o título Incerteza Viva, com curadoria de Jochen Volz, Gabi Ngcobo, Júlia Rebouças, Lars Bang Larsen e Sofia Olascoaga, e tem o objetivo de refletir sobre as atuais condições da vida e as estratégias oferecidas pela arte contemporânea para acolher ou habitar incertezas, com seleção de 90 artistas de dezenas de países, num recorte do que está acontecendo de mais relevante nas artes visuais no País e no mundo.

Transbordamento: Mapa Universal, de Rikke Luther, na 32ª Bienal de São Paulo - Incerteza Viva - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Transbordamento: Mapa Universal, de Rikke Luther, na 32ª Bienal de São Paulo: Incerteza Viva – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Em 1917, o artista Marcel Duchamp enviou para uma exposição nos Estados Unidos um urinol de louça branco e teve grande repercussão no meio artístico. Em 1993, o artista francês Pierre Pinnocelli, em uma das exposições de Duchamp, se apropriou da peça artística, utilizando-a e quebrando depois.

Para discutir o conceito da arte contemporânea no Diálogos da USP de hoje, Alecsandra Matias de Oliveira, doutora em arte visuais pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, pesquisadora do Centro Mário Schenberg de Documentação da Pesquisa em Artes da ECA e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte.

Alecsandra diz que a arte precisa estimular uma emoção e que as provocações e a profusão de ideias são muitas. “Todos os artistas visam a estimular algum sentimento ou alguma reação no seu espectador”, enfatiza.

O Peixe, Filme tranferido para HD digital, de Jonathas de Andrade na 32ª Bienal de São Paulo: Incerteza Viva - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
O Peixe, Filme tranferido para HD digital, de Jonathas de Andrade na 32ª Bienal de São Paulo: Incerteza Viva – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Para ela a arte contemporânea tem um discurso bastante hermenêutico e bastante fechado. “Às vezes é preciso conhecer um pouco da trajetória do artista e da pesquisa dele para se ter uma compreensão um pouco maior daquele objeto artístico.”

“A Bienal é um pouco diferente de um museu. Quando um museu recebe uma obra, ele precisará dar visibilidade e conservar essa peça artística. A Bienal não tem esse tipo de preocupação, porque os artistas geralmente estão vivos e podem repor o material”, finaliza Alecsandra.

O apresentador Mario Sant conversou com Júlia Rebouças, uma das curadoras da Bienal de São Paulo, no programa Via Sampa, na Rádio USP.

Apresentação do Diálogos na USP é de Marcello Rollemberg, produção Fabio Rubira, Simone Lemos e Silvana Pires e trabalhos técnicos de Márcio Ortiz.


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