A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou um projeto que aumenta a taxação sobre a comercialização e importação de refrigerantes e bebidas açucaradas. A medida, apesar de atingir o bolso do consumidor, tem efeitos também na área da saúde e não só na econômica.
A nutricionista Ana Paula Bortoleto, pesquisadora científica no Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Faculdade de Saúde Pública (Nupens) da Universidade de São Paulo, lembra que a medida é a mesma que foi adotada com cigarros.
A qualidade da alimentação das crianças deve ser feita logo nos primeiros anos de vida. As crianças que não têm esse controle de alimentos têm grandes chances de se tornarem adultos obesos e diabéticos. Isso sem falar da saúde dental, com o excesso de açúcar, que pode acabar comprometendo a dentição definitiva.
Não aos ultraprocessados
A alimentação saudável deve ser a meta de todos: adultos ou crianças. Para isso, é importante evitar os produtos ultraprocessados e industrializados justamente por possuírem aditivos industrializados.
O efeito da aprovação dessa lei de taxação sobre refrigerantes açucarados será percebido ao longo dos anos. Ana Paula diz que o primeiro efeito vem no padrão de compra, quando o consumidor deixa de consumir o produto refletindo, por fim, na saúde da população.
Ela alerta que, no Brasil, ocorre uma inversão de valores. Os produtos processados e industrializados acabam sendo mais baratos e mais consumidos, ao contrário de frutas, verduras e legumes.
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