Auxílio Emergencial não garante popularidade do presidente em 2022

Sergio Simoni Jr. afirma que, além da implementação do Auxílio Brasil, governo depende da articulação de forças partidárias no Congresso Nacional

 09/11/2021 - Publicado há 2 anos
Há quem acredite que o auxílio emergencial possa ter aumentado a popularidade de Jair Bolsonaro para as eleições presidenciais de 2022 –  Foto: Adriano Sena – Flickr
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Durante as coberturas jornalísticas do auxílio emergencial, muito se discutiu sobre o papel do Congresso e a pressão que exerceu para a aprovação do programa, uma vez que o próprio presidente Jair Bolsonaro mostrava-se indeciso quanto ao projeto, que afinal acabou aprovado sob o valor de R$600, maior do que o definido até então. Para muitos, apesar de o presidente da República ter resistido inicialmente à medida – uma vez que propugnava um benefício de valor menor -, acredita-se que o auxílio emergencial possa ter aumentado sua popularidade para as eleições presidenciais de 2022. O que está por trás, afinal de contas, de uma política pública de transferência de renda como a do Auxílio Emergencial, que, aliás, está prestes a ser substituído pelo Auxílio Brasil ?

O professor  da Universidade Federal, do Rio Grande do Sul, Sergio Simoni Jr., pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole da USP e da Rede de Pesquisa Solidária, comentou para o Jornal da USP no Ar 1ª Edição que a questão entre a relação do Auxílio Emergencial e a popularidade do presidente não é tão simples. Segundo ele, o impacto do auxílio emergencial sobre essa questão dependerá de outros fatores, como o sucesso na implementação do Auxílio Brasil, cuja discussão não deixa de estar imersa em algumas polêmicas. “Não podemos tomar como se os eleitores recebessem os benefícios e simplesmente retribuíssem com popularidade ou com votos o que o governo está implementando, depende de como as forças partidárias vão se colocar, defendendo uma política mais sólida ou minimizando essa política pública”, conta o pesquisador.

Simoni, que publicou, no começo do ano, o artigo O Congresso e a Renda Emergencial, juntamente com a pesquisadora Hellen Guicheney e o pesquisador João Lucas Sacchi Oliveira, observa que muitos fatores interferem na decisão de votos do eleitorado, a política de transferência de renda é apenas um deles. De acordo com ele, mesmo políticas sociais podem se prestar a discursos que contemplem as mais diferentes ideologias, “e isso é algo que o governo atual está querendo vender, querendo dar mais ênfase, porque tem a ver também com as bases ideológicas”.


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