Ausência de lideranças políticas dificulta transformações sociais

Fenômeno é global e agravado pela falta de conhecimento e interesse do eleitor pelos problemas da sociedade

 13/06/2018 - Publicado há 6 anos

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Na política, diversos são os exemplos de líderes: desde os faraós egípcios até os presidentes modernos, passando por monarcas, fascistas e socialistas, alguns por imposição, outros por carisma. O que todos tinham em comum é que uniam e regiam a população em torno de um objetivo. É esse tipo de liderança que está em falta hoje. O doutor e mestre em Ciência Política pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e diretor da ONG Movimento Voto Consciente, Humberto Dantas, explica que essa falta de uma liderança política forte, que mobilize setores da sociedade, gera uma estagnação, transformando protestos em reclamações e não em situações de transformação e reforma social.

Dantas analisa, ainda, que esse é um quadro político mundial, que não se restringe ao cenário brasileiro. Ao redor do mundo, nota-se a falta de líderes que coordenem a população em sua ânsia pela solução de problemas, mas alerta que muito desse cenário é por conta do desinteresse dos eleitores. Eles não querem saber qual é o problema, nem qual a intensidade, apenas querem colocar no poder alguém que solucione todos eles, diz Dantas.

O cientista político explica que existem pequenas lideranças em microcosmos sociais, como um grupo de amigos ou o círculo familiar, que trazem soluções interessantes para os problemas que lhes afligem. Ele cita o exemplo de empresas que têm investido, de maneira responsável e apartidária, na conscientização e educação política de seus servidores. Esse tipo de iniciativa é muito importante num contexto em que as fake news são tão presentes, em que as pessoas se deixam levar por emoções e aceitam como verdade notícias que têm fontes pouco confiáveis.

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