Para Carmita Abdo, psiquiatra e professora da Faculdade de Medicina da USP (FM), há a necessidade um maior investimento na educação sexual e em campanhas para divulgar o sexo seguro, alertando para o fato de que a Aids e as outras doenças sexualmente transmissíveis ainda não têm cura. Apesar da possibilidade de controle de algumas delas, é um engano — especialmente entre os jovens — acreditar que estão livres das DSTs, pois, mesmo nesse caso, a qualidade de vida dos portadores é comprometida.
Ela aponta que os pais não têm muita facilidade de conversar com os filhos sobre a importância do sexo seguro, muito pelo fato de não terem vivenciado uma educação sexual. A pesquisa Mosaico 2.0, coordenada por Carmita Abdo, consultou mais de 3 mil internautas entre 18 e 80 anos para analisar o comportamento sexual dos brasileiros. A pesquisa concluiu que adolescentes iniciam a atividade sexual na faixa entre os 13 e 17 anos de idade. Perguntas sobre iniciação e hábitos sexuais também concluíram que o uso de preservativos no Brasil é muito baixo (a utilização adequada nas relações sexuais é da ordem de ⅓ da população, seja masculina ou feminina) durante a adolescência, mantendo mitos e tabus sobre a prática sexual. Nestes casos, livros e sites sobre saúde, além da escola, podem ajudar na busca de informação.
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