Acompanhamento psicológico é essencial na reprodução assistida

A psicóloga Mary Elly Negrão lembra que “a infertilidade e o tratamento de reprodução assistida, tanto para a mulher quanto para o homem, estão permeados de estigmas, preconceitos, cobranças sociais e autocrítica”

 19/05/2021 - Publicado há 3 anos
Por
A busca pela fertilização assistida nem sempre é tão fácil, rápida ou com resultados positivos como se deseja – Foto: Visual Hunt

 

Vivemos em uma sociedade predominantemente fértil, onde se calcula que somente 5% da população não deseja ter filhos. A cobrança social e a autocobrança frequentemente ocorrem. Assim, a partir do momento em que se descobre a infertilidade, o acompanhamento psicológico é muito importante como forma de evitar uma série de traumas. Essa é uma constatação de Mary Elly Negrão, psicóloga responsável pela avaliação e seguimento dos  pacientes em tratamento de reprodução assistida no Ambulatório de Infertilidade e Aborto Habitual do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Segundo ela, “alguns pacientes se sentem amparados e fortalecidos ao passar por algumas consultas com um psicólogo”. A busca pela fertilização assistida nem sempre é tão fácil, rápida ou com resultados positivos como se deseja.

A avaliação e o acompanhamento de um psicólogo podem ser solicitados por um outro profissional da área médica ou pela própria paciente. A doutora Mary Elly cita que entre as muitas decisões a serem tomadas, durante todo o processo de reprodução assistida, está “o que fazer com embriões congelados que sobraram ou, em caso de falecimento do cônjuge, como escolher e convidar a doadora temporária de útero, refletir sobre o uso de óvulos ou espermatozoides de doadores, seguir o tratamento em reprodução independente, adoção e como informar à criança sobre sua concepção e nascimento”.

Há casos em que é recomendado que a reprodução assistida seja adiada ou interrompida definitivamente, conforme indicações da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva. “O auxílio profissional se faz necessário em casos de psicopatologia severa, transtornos mentais preexistentes que o tratamento ou a gravidez possam agravar, discórdias conjugais graves, luto recente ou não resolvido e abuso de substâncias,” diz a psicóloga.


Jornal da USP no Ar 
Jornal da USP no Ar é uma parceria da Rádio USP com a Escola Politécnica e o Instituto de Estudos Avançados. No ar, pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h e às 16h45. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular. 

 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.