Acompanhe a entrevista do jornalista Marcello Rollemberg com o professor José Eli da Veiga:
“A verdade sobre a mudança climática” é o título de um relatório divulgado na semana passada por um grupo de oito cientistas e pesquisadores internacionais, entre eles o Professor Emérito da Universidade de São Paulo, José Goldemberg. O alerta principal é de que o acordo de Paris não será suficiente para evitar que a temperatura do planeta suba mais de dois graus até o fim do século.
No último dia 21 de setembro, o presidente Michel Temer entregou na ONU um documento no qual o Brasil se compromete a reduzir as emissões de gases do efeito estufa. A questão é controversa e recorrente, embora não seja uma demanda especialmente popular. Conceitos como sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, economia verde, políticas energéticas e tecnologias ecológicas, apenas para citar alguns exemplos, são relativamente conhecidos, mas ainda carregam dúvidas, desconfianças e desinformações.
Para falar sobre esse universo, o programa Diálogos na USP, os temas da atualidade traz esta semana o professor José Eli da Veiga, do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo, também colunista da Rádio USP. Ele observa que “sustentabilidade” é um novo valor, diferente do adjetivo sustentável, enfatizando que “não se trata de conceito, mas de valor”, tema a respeito do qual não se falava antes dos anos 90.
O marco inicial da sustentabilidade foi o Relatório Brundtland, documento intitulado Nosso Futuro Comum, publicado em 1987 e elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que contava com o brasileiro Paulo Nogueira Neto. Segundo Eli da Veiga, sustentabilidade implica ter uma preocupação com as futuras gerações idêntica à que se tem com as atuais. “Essa é a ideia básica, que não pode faltar quando se tenta definir o que é sustentabilidade.” Até então, não havia nenhum outro valor que se preocupasse com as futuras gerações. Acompanhe a íntegra do programa, que contou com a participação do jornalista Marcello Rollemberg e trabalhos técnicos de Dagoberto Alves.