China realiza cerimônia de celebração do centenário do PCC – Foto: Liu Jinhai/Xinhua

A China manda os seus recados

No centenário do Partido Comunista, o poderoso Xi Jinping prega que a revitalização do país é irresistível e ameaça quem tentar detê-la

02/07/2021
Por Luiz Roberto Serrano
Arte: Moisés Dorado/Jornal da USP

A China teve a fortuna de comemorar duas efemérides importantes em datas próximas, o centenário da criação do Partido Comunista Chinês, neste 1º de julho de 2021, e o 70° aniversário da fundação da República Popular da China, em 2019.

As duas datas possibilitaram oportunidades, bem próximas no tempo, para a China exibir ao mundo seu status de superpotência, de economia em ascensão irresistível, atualmente a segunda maior do mundo, que, como nunca antes, espraia sua influência globalmente, desafiando o tradicional predomínio ocidental encabeçado pelos EUA.

Como em séculos remotos, tempos do Império do Meio, berço de cultura milenar, a China celebrou-se, neste 1º de julho passado, não mais como o centro do mundo. Era assim que se julgava, antes das “humilhações”, segundo citação do próprio presidente Xi Jinping, impostas por potências estrangeiras desde a Guerra do Ópio, no século 19, até 1949, quando nasceu a República Popular da China. Celebrou-se como um país, com 1,4 bilhão de habitantes e 95 milhões de militantes no Partido Comunista, que superou as “humilhações” e, depois de uma longa, tortuosa e tenaz recuperação, integra o elenco titular do jogo de poder das potências dominantes.

EUA X CHINA

População

População dos EUA

317 milhões

População da China

1,4 bilhão

Produto Interno Bruto em 2021

Estados Unidos

US$ 20,933 trilhões

China

US$ 14,723 trilhões

Considerando que a China saiu na frente na recuperação econômica pós-covid, instituições internacionais calculam que seu PIB superará o dos EUA já em 2028.

Dados do FMI de abril de 2021

Em paridade do poder de compra

China

US$ 24,143 trilhões

Estados Unidos

US$ 20,933 trilhões

É um indicador que mede o poder de compra de um país. É um método alternativo à taxa de câmbio para se calcular o quanto uma moeda pode adquirir em produtos e serviços.

Dados do FMI de abril de 2021

Um palco de celebrações e protestos

O palco foi a Praça da Paz Celestial, para onde a esplendorosa inauguração do Palácio Imperial, em 1420, atraiu convidados de todo o Oriente, mas ao longo do tempo também abrigou inúmeros protestos, como no fim da dinastia Quing e no conturbado e conflitivo período republicano que antecedeu a instauração da República Popular liderada por Mao Zedong.

Protesto na Praça da Paz Celestial em 1989 – Fotos: Wikipedia

A repressão aos estudantes que se manifestavam naquele lugar, em 1989, marcou a história do país no fim do século passado. Claro, para a multidão selecionada que ali ouviu as palavras celebratórias do todo-poderoso presidente Xi Jinping, as imagens que correram o mundo de um estudante obstruindo o deslocamento de um tanque de guerra, que tinha a missão de dissolver a manifestação, não contavam. Do todo-poderoso Xi Jinping ouviram: “Em luta heroica e tenaz, o Partido Comunista Chinês e o povo chinês declaram com solenidade ao mundo que a nação chinesa acolhe o advento de um grande salto para a criação de uma modesta prosperidade e de uma nascente fortaleza e que a materialização da grande revitalização da nação chinesa entrou em um processo histórico irresistível”.

“O Rebelde Desconhecido” interrompe temporariamente o avanço de uma coluna de tanques em 5 de junho de 1989, em Pequim. Esta fotografia (uma das quatro versões semelhantes) foi tirada por Jeff Widener da AP

Xi Jinping é secretário-geral do Partido Comunista, desde 2012, presidente da Comissão Militar Central e presidente da República Popular da China, desde 2013. Não bastassem tantos títulos, goza da condição de contar com seus ensinamentos inscritos na Constituição chinesa, privilégio só detido anteriormente por Mao Zedong e Deng Xiao Ping. Do alto dessa condição, passou recados: “Não permitimos, em absoluto, que nenhuma força externa nos atropele, oprima ou escravize; se alguém tentar, estampará a sua cabeça ensanguentada contra a férrea grande muralha de carne e osso dos mais de 1,4 bilhão de chineses”. Analisando a situação de Hong Kong, Macau e Taiwan, depois de alguns floreios diplomáticos, disse: “Ninguém pode subestimar a firme determinação, vontade decidida e poderosa capacidade do povo chinês de salvaguardar a soberania e a integridade territorial do país”. Ressaltou a necessidade e o apoio para o fortalecimento de um Exército da “nova era”. E ressaltou o “socialismo com peculiaridades chinesas”, derivado da “chinesização do marxismo”, como o guia para a continuidade do desenvolvimento do país.

Xi Jinping discursa na cerimônia de celebração do centenário do PCC com a vestimenta característica de Mao Zedong – Foto: Ju Peng/Xinhua

A visão crítica do Ocidente

No Ocidente, o “socialismo com peculiaridades chinesas” é interpretado simplificadamente como mais um modelo de capitalismo de Estado. Nos dias que antecederam à celebração do centenário do partido, a imprensa ocidental concentrou seus noticiários e análises nas fragilidades do sistema político chinês. A revista liberal Economist ainda levantou a hipótese de que o fortalecimento de uma economia de mercado na China fatalmente abrirá brechas na direção democrática no controlado sistema político chinês. Até agora todas as evidências não indicam isso, basta ver o férreo domínio que a China mantém sobre a internet. Os correspondentes que cobrem a China ressaltaram a extrema vigilância que os quadros do partido são incentivados a manter sobre a vizinhança nas regiões onde moram. Comparam a escolha por meritocracia, pelo partido, dos representantes da população nas diversas instâncias políticas, com as eleições diretas nas democracias ocidentais. E destacam a repressão sobre os uigures, minoria islâmica no país. Citaram suspeitas sobre a origem do vírus da covid-19, em Wuhan. Enfim, questionaram, a partir de variados ângulos e possibilidades, a estabilidade do sistema político do país no longo prazo.

O fato é que, do ponto de vista econômico, a China está dançando um pas-de-deux belicoso com os EUA, que sob o governo democrata de Joe Biden procura recompor suas relações com a Europa e outros países, esgarçadas pela desastrosa passagem de Donald Trump por Washington. Está em jogo a hegemonia do domínio norte-americano no Ocidente e partes da Ásia, ameaçada por um certo relaxamento do dinamismo da liderança industrial norte-americana. 

Um exemplo: os EUA tentam barrar a tecnologia digital 5G que a chinesa Huawei oferece ao mundo, mas não têm nenhuma alternativa “made in USA” para contrapor. A China de Xi Jinping cresce nesses vácuos e oferece parcerias e projetos mundo afora.

Estão em jogo, também, dois modelos políticos, o chinês, autocrático, que seus defensores apontam como caminho para os países em desenvolvimento, e o dos EUA, ancorado na longa tradição democrática ocidental.

Da modesta fundação em Xangai à cor do rato de Deng Xiao Ping*

Na modesta e clandestina reunião de fundação do Partido Comunista Chinês, realizada em Xangai, em 1921, estava presente um agente do recém-criado Comintern, a II Internacional Socialista, de codinome “Maring”, encarregado de garantir a predominância de orientações de Moscou, em que o Partido Comunista fincara seu poder em 1917 e tratava de estimular uma revolução socialista mundial.

A partir dali, até a proclamação da República Popular da China em 1949, os comunistas, em constante crescimento, fizeram uma trajetória de alianças e disputas com o nacionalista Guomindang e os “senhores da guerra” que dominavam regiões do imenso e dividido país, que também convivia com forte presença colonialista francesa, inglesa e japonesa.

É dessa época, meados de 1935, um dos marcos da Revolução Chinesa, A Longa Marcha, empreendida penosamente pelos comunistas ao longo de 370 dias, por dez mil acidentados quilômetros no interior do país, entre Jiangxi e Shaanxi, para escaparem e melhor se posicionarem em relação às hostilidades do Guomindang.

Deflagrada a Segunda Guerra Mundial, os japoneses se transformaram nos principais inimigos a serem batidos. Terminada a guerra, o conflito concentrou-se definitivamente entre comunistas e os exércitos do nacionalista Guomindang, comandadas por Chiang Kai-sheck, que acabaram fugindo para a ilha de Taiwan. Ao fim dessa saga, o PCC tomou o poder, sob a liderança de Mao Zedong.

A construção da República Popular da China, embora pontuada por planos quinquenais de desenvolvimento, foi uma trajetória acidentada, com idas e vindas, fome e embates culturais, ideológicos e a repressão política com execuções, natural em regimes de partido único.

China realiza performance artística A Grande Jornada em comemoração ao 100º aniversário da fundação do PCC, no Estádio Nacional em Pequim, capital do país, na noite de 28 de junho de 2021 – Fotos: Xing Guangli/Xinhua

Em 1956, em uma reunião fechada de dirigentes partidários, Mao pregou a ideia de “deixar uma centena de flores florescerem no campo da cultura” e “uma centena de escolas de pensamento se digladiarem” no campo da ciência. A ideia encontrou resistência em instâncias conservadoras num partido que, na essência, era e é adepto do pensamento único e feneceu.

Dirigindo um país basicamente agrário, cujas colheitas patinavam ao sabor das experiências, nem sempre bem-sucedidas, de reorganização da produção, Mao Zedong imbuiu-se da urgência da industrialização da China e lançou uma das campanhas que marcaram sua gestão nos anos de 1950, O Grande Salto Adiante. A campanha sacudiu as estruturas de produção no país, até teve reflexos criativos na área cultural, mas gerou um grande caos, que levou os dirigentes do país a ter a convicção de que “o avanço estava sendo rápido demais e de que as perspectivas do Grande Salto no longo prazo eram sombrias”. Foi um momento em que as relações entre a China e a União Soviética passaram por um sério estremecimento.

A Revolução Cultural dos Guardas Vermelhos

“Quem é contra a Revolução Cultural? O imperialismo americano, o revisionismo russo, o revisionismo japonês e os reacionários.” A frase é de Mao Zedong, em 1966, quando, orquestrados por ele, os jovens da Guarda Vermelha reviraram de cabeça para baixo a sociedade chinesa. Para eles, a China ainda estava sob a ditadura de adversários do partido e antissocialistas que se opunham ao pensamento de Mao.

Mao Zedong proclama a República Popular da China, 1º de outubro de 1949 – Foto: Wikipedia

“Embutida nesse ativismo frenético estava uma agenda política de grande significado que se poderia chamar de ‘igualitarismo purista’ que lembrava os valores da Comuna de Paris, expressivamente evocada por Mao Zedong. Isso envolvia muito mais do que o confisco ou a destruição da propriedade privada, exigia-se agora a nacionalização completa de todas as indústrias, a abolição dos juros em bancos estatais, a expulsão de todos os senhorios de suas próprias casas, a eliminação de todos os lotes privados e de todos os vestígios da economia de mercado.” A Revolução Cultural ganhou expressão mundial, foi celebrada pela juventude, principalmente em Paris e algumas capitais, em maio de 1968. Mas acabou em perseguições aos considerados “revisionistas”, banimentos, fuzilamentos e enfrentamentos com o Exército chinês, quando este tentou contê-la.

Cartazes de propaganda de Mao Zedong – Fotos: Reprodução

Entre os banidos, enviados para campos de reeducação na esteira do furor deflagrado pelos Guardas Vermelhos, estava o poderoso Deng Xiao Ping. Reabilitado, em mais uma reviravolta política da sociedade chinesa, Deng lançou as sementes do socialismo com peculiaridades chinesas, celebrizando a definição de que “não importa a cor do gato, o importante é que ele mate o rato”. Desde então, a China construiu, na prática, um sistema produtivo que mixa um ferrenho controle do Estado e do partido sobre a política e uma economia que convive com o setor privado e investimentos estrangeiros, controlados por normas rígidas.

Grosso modo, assim foram lançadas as bases da sociedade chinesa, sempre com algumas instabilidades comuns no país, que a trouxeram ao que ela é hoje, sob o comando de Xi Jinping, reinando como a segunda maior economia do mundo, ainda longe, mas declaradamente no encalço dos EUA.

*Informações e citações do livro Em Busca da China Moderna, Quatro Séculos de História, de Jonathan D. Spence, professor de História e sinólogo da Universidade de Yale, nos EUA

Hasteamento da bandeira nacional chinesa durante cerimônia do centenário do PCC – Foto: Lan Hongguang/Xinhua

Uma saudação de 100 tiros é disparada para celebrar centenário do PCC – Foto: Peng Ziyang/Xinhua

China: Decifra-me ou te devoro

Por Luiz Roberto Serrano
(Artigo publicado no Jornal da USP em 7/10/2019)

Na comemoração dos 70 anos da Revolução Chinesa, neste último dia 1º de outubro, o noticiário, aqui no Brasil, concentrou-se na enorme pompa e grandiosidade da demonstração do poderio bélico do país no desfile presidido pelo todo-poderoso Xi Jinping, em contraste com a forte repressão policial às manifestações libertárias em Hong Kong, que ainda resiste ao autoritarismo do regime de Pequim.

Como registro, a contraposição valeu, mas nem de longe ilumina toda a complexidade que envolve a evolução da China de uma economia agrária anêmica e esfacelada para, em 70 anos, transformar-se na segunda economia do mundo, ameaçando tomar a liderança norte-americana nas próximas décadas. É sempre bom lembrar que no próximo dia 3 de novembro completar-se-ão 30 anos da queda do Muro de Berlim, marco simbólico do fim do império da URSS, plantado 72 anos antes com a Revolução Russa.

Longe de mim dizer que o destino das duas revoluções será o mesmo. Até porque, apesar de baseadas nos mesmos princípios marxistas-leninistas e ocorrerem, contraditoriamente, em países agrários e não industrializados com forte presença proletária, elas percorreram caminhos diferentes, chegando até a trocar canhoneios nos idos de 1969, por questões fronteiriças alimentadas por momentâneas divergências políticas.

Na minha visão, a URSS feneceu por ser um sistema fechado em si mesmo, altamente burocratizado e repressivo em todas as áreas e latitudes. Em seu livro Perestroika, Mikhail Gorbachev relata: “Num certo momento, e isso ficou bastante claro na segunda metade dos anos 70, aconteceu algo que à primeira vista parecia inexplicável: o país começou a perder impulso. Os insucessos econômicos eram mais frequentes, as dificuldades começaram a se acumular e deteriorar e os problemas não solucionados multiplicaram-se”. Gorbachev continua: “Começaram a aparecer na vida social elementos do que chamamos de estagnação e outros fenômenos estranhos ao socialismo. Formou-se uma espécie de freio que afetou o desenvolvimento econômico. E tudo isso aconteceu numa época em que a revolução científica e tecnológica abria novos horizontes para o progresso econômico e social”.

Na China, com sua frase “não importa a cor do gato desde que cace os ratos”, Deng Xiaoping refreou o voluntarismo maoísta – o malogrado Grande Salto para a Frente e a Grande Revolução Cultural Proletária – e reorganizou o sistema produtivo. Começou a implementar o “socialismo com características chinesas” ou “socialismo de mercado”, combinando uma presença dominante do Estado na economia em parceria com empresas privadas.

A China atraiu investimentos estrangeiros, ávidos em lucrar com os baixos salários vigentes no país e incentivou as exportações, inicialmente de produtos de baixo valor agregado. Ávidos também para fornecer para um mercado potencial de 1,4 bilhão de chineses, a maior população do mundo. Mas exigiu que esses investidores se associassem e se associem a empresas ou grupos chineses, forçando uma convivência favorável a estes. E, de quebra, produziu uma das maiores poluições ambientais no planeta.

Mas, diferentemente da União Soviética, estudantes e pesquisadores chineses se espalharam pelas melhores universidades do mundo, absorvendo conhecimentos. O país investiu em títulos do governo norte-americano, detendo parte considerável desses papéis, o que lhe dá um respeitável poder de barganha com os EUA. Hoje, é responsável por fatias significativas das exportações de países desenvolvidos e em desenvolvimento, entre estes o Brasil. Adquire e se associa a empresas no exterior. Trafega no mundo da alta tecnologia, competindo com as economias ocidentais, ultimamente em torno do 5G, a última palavra no mundo digital, que tem forte poder de transformar as bases das economias no futuro imediato. A tecnologia 5G é a peça fulcral dos embates de Trump com a China – além da invasão do mercado norte-americano por produtos e empresas chinesas.

Algum dia, especialmente nos Estados Unidos, acreditou-se que a porção de mercado da economia chinesa forçaria a liberalização da política chinesa. Os consumidores chineses logo exigiriam liberdade de escolhas políticas, dizia-se. Ledo engano. Nem a internet é livre por lá. É submetida a rigidíssimo controle e o Partido Comunista reina absoluto, presidido por Xi Jinping, alçado constitucionalmente ao mesmo patamar de Mao e Deng.

Poderá ocorrer alguma corrosão no poder, semelhante à da União Soviética? Não há evidências disso. E os conflitos em Hong Kong, que vive sob o lema Duas Chinas, dois sistemas, são heranças de um passado em que a população local viveu em um sistema liberal patrocinado pela Grã-Bretanha.

Li, na imprensa, que a China pretende impor seu sistema ao mundo. É inegável que tem um peso, nunca antes imaginado, na economia mundial e tem influência decisiva nos seus rumos. Mas daí a impor seu sistema ao mundo vai uma grande distância. Talvez seja possível no Extremo Oriente. Certa vez, conversando com um diplomata chinês, comentei que as diferenças culturais e linguísticas dificultariam muito o exercício de soft power por parte seu país sobre as nações ocidentais, como fizeram e fazem os europeus e os norte-americanos. Ele manifestou dúvidas sobre minha afirmação. Mas realmente acho difícil.

De todo modo, é importante resgatar certas lições do passado. Ao final da Segunda Guerra Mundial, a presença do urso soviético na Europa do Leste, chegando até a Alemanha Oriental, ajudou a impulsionar a construção do Estado de bem-estar social nos países líderes da Europa Ocidental, França, Itália e Inglaterra, para preservar a economia capitalista.

O que a estonteante presença da China na economia mundial pode impulsionar no Ocidente, além de muitas exportações para lá, mas também uma concorrência acirrada com as indústrias dos demais países? Vale assistir, na Netflix, ao filme American Industry, que documenta a compra e subsequente operação de uma fábrica fechada pela General Motors por uma fabricante chinesa de vidros para automóveis, a Fuyon.

O choque cultural é total, a possibilidade de estabelecimento de um sindicato operário é combatida pela direção chinesa e, aos poucos, os trabalhadores vão sendo substituídos por robots. Nada diferente do que ocorre nos países ocidentais. Surpreendente? Há alguns anos, ouvi um presidente de subsidiária de banco chinês no Brasil criticando a legislação trabalhista de nosso país. Disse também que os chineses são estimulados a poupar 20% de seus rendimentos mensais, visando a ter recursos para a aposentadoria. Nesse campo, os chineses são mais de mercado do que socialistas…

O imponente desfile militar presidido por Xi Jinping no aniversário da revolução reafirmou o projeto de poder da China. A história recente também mostra que ela precisa do resto do mundo para alimentar sua máquina econômica para satisfazer seus 1,4 bilhão de habitantes – o que dinamiza o setor produtivo dos países fornecedores. O desafio para esses países, entre eles o Brasil, é decifrar os caminhos para que essa relação seja ganha-ganha e não resulte em dependência.


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