A calistenia é a terceira modalidade com mais interesse no mundo

Essa prática de exercícios físicos usando apenas o peso corporal se popularizou na pandemia e não para de ganhar adeptos

 Publicado: 30/08/2024 às 10:30     Atualizado: 04/09/2024 às 11:33
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Foto mostra mulher jovem fazendo exercício físico ao ar livre
Foto: Freepik
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Fazer exercícios físicos ao ar livre está virando moda em todo o mundo, e é a calistenia que está em alta. Um método utilizado para a prática de exercícios físicos com apenas o peso do próprio corpo como resistência, podendo ser realizada sem a necessidade de utilização de equipamentos ou infraestrutura. O próprio termo “calistenia”, tem origem grega e é a união das palavras kallos, que significa beleza, e sthenos, que significa força. Remetendo ao ideal grego de exaltação do corpo atlético.

Essa modalidade ganhou muita popularidade durante a pandemia, período no qual as academias estavam fechadas, devido ao distanciamento social, e por poder ser realizada ao ar livre e sem a necessidade de equipamentos a prática se difundiu. A calistenia, desde então, ganhou muitos praticantes, e, mesmo com o fim da pandemia, os adeptos não param de surgir. Atualmente, é a terceira modalidade esportiva com mais interesse no mundo, segundo uma revista acadêmica do The American College Sport of Medicine.

Carlos Roberto Bueno Júnior – Foto: Arquivo Pessoal

Para o professor da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP, Carlos Roberto Bueno Júnior, a prática promove diversos benefícios para a saúde. “A calistenia desenvolve, em certa medida, o aumento da força, da massa muscular, também melhora a capacidade cardiorrespiratória e pode reduzir a gordura corporal e a pressão arterial.” Além disso, Bueno também afirma que a calistenia ajuda em questões de saúde mental: “A modalidade promove benefícios  psicológicos como melhora da autoestima e da autoimagem, além da socialização, quando feita em grupo”. O professor ressalta que o impacto da prática na saúde depende do volume e da intensidade do treino.

No contexto brasileiro no qual, segundo o IBGE, aproximadamente 40% da população é sedentária, a calistenia se apresenta como uma forma acessível e barata de praticar atividades físicas, pois não necessita da infraestrutura de uma academia e pode ser praticada ao ar livre, sem a necessidade de pagar por uma mensalidade. 

Porém, o professor alerta que, caso seja realizada de maneira inadequada, existem riscos de saúde relacionados à prática. “Se praticada de forma não adequada há riscos de lesões ósseas, musculares e articulares. Além disso, de forma geral, acelera o trabalho cardíaco, e caso o praticante tenha predisposição a problemas cardiovasculares é preciso o acompanhamento com um profissional de educação física.” Portanto, o professor ressalta que é recomendado o acompanhamento profissional ou, ao menos, buscar instruções de um profissional antes de praticar a calistenia.

Bueno ainda destaca a importância de investimentos na prática da atividade física, seja pelos governos ou empresas privadas, pois uma vez que a população pratica atividade física constantemente se torna mais saudável e há menos gastos com saúde pública. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) e fornecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no site do Conselho Federal de Educação Física (Confef) afirmam que para cada US$ 1 investido no esporte, são economizados cerca de US$ 3 nas ações de saúde. Logo, o investimento em práticas de atividades físicas, como a calistenia, podem trazer benefícios à saúde pública, além de trazer pontos positivos na questão financeira, segundo o professor Carlos Bueno.

*Estagiário sob supervisão de Ferraz Junior e Rose Talamone

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