A alma do Projeto FOB USP em Rondônia

Magali de Lourdes Caldana é vice-chefe do Departamento de Fonoaudiologia da FOB e coordenadora do projeto FOB-USP em Rondônia

 18/11/2016 - Publicado há 7 anos

Professora da fonoaudiologia e coordenadora do projeto FOB USP em Rondônia

Professora da Fonoaudiologia e coordenadora do projeto FOB USP em Rondônia

 

O Projeto de Extensão Universitária FOB USP em Rondônia ocorre há 14 anos, totalizando mais de 50 viagens para reuniões e planejamentos com os expedicionários para diferentes regiões do Estado, como Santa Barbara d’Oeste, Ouro Preto, Machadinho d’Oeste, Ariquemes, Tabajara, Demarcação, Rio Preto, Calama e Monte Negro. Seria totalmente inadequado converter tudo em horas de trabalho, ou horas de viagens ou mesmo horas de atendimentos. Seria totalmente inadequado enumerar quantos estariam envolvidos na preparação das viagens, o número exato de pacientes ou mesmo de procedimentos, número de alunos de graduação, pós-graduação e servidores técnico-administrativos. Impossível identificar quantas toneladas de equipamentos, alimentos e materiais de consumo foram transportadas em ônibus, caminhões e aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Impossível mensurar quantos quilômetros estivemos a viajar nas estradas nestes 14 anos… é impossível contar quantas horas passamos por tais estradas!!!

Consigo ter muito claro qual a motivação para tudo isto!!! O Amor pelo nosso trabalho!!! O Amor por ensinar nossos alunos! O Amor em atender os pacientes! O Amor em passar o conhecimento científico e de vida cidadã para o próximo!!! O Amor e o Orgulho por elevar o nome da Universidade de São Paulo o mais alto possível, quebrando horizontes e barreiras estaduais. Nós nos concentramos nestes 14 anos em formar profissionais melhores, que recebem como forma de pagamento um sorriso, um cacho de bananas, um saco de cupuaçus… é isso o que nos motiva.

O planejamento de trabalhos de pesquisa e seu desenvolvimento, a apresentação dos resultados em congressos nacionais e internacionais é possível mensurar, mas o mais importante são os questionamentos que diferentes pessoas fazem sobre nossas ações, porque é neste momento que também plantamos uma sementinha para que outros, em outras universidades, em diferentes partes do mundo estreitem os laços entre a Universidade e a Comunidade. Este é o nosso maior papel social!!!! Nossos alunos e futuros profissionais precisam ser capazes de planejamento e execução de procedimentos de última geração em ambientes de alta tecnologia, mas precisam também aprender a realizar procedimentos clínicos, até mesmo debaixo de um pé de manga, conforme a realidade local em diversos rincões de nosso país. A meta é sempre realizar um trabalho de alta qualidade e com muita alegria. Procuramos despertar satisfação nos jovens alunos e profissionais para atender o rico e o pobre, tanto para seu próprio ganho pessoal mas também ganhando como pagamento um sorriso, um abraço, muitas vezes com muita timidez.

Nossos alunos e futuros profissionais precisam ser capazes de planejamento e execução de procedimentos de última geração em ambientes de alta tecnologia, mas precisam também aprender a realizar procedimentos clínicos, até mesmo debaixo de um pé de manga, conforme a realidade local em diversos rincões de nosso país.

No processo de ensino-aprendizagem devemos despertar em nossos alunos a capacidade de um raciocínio crítico que permita adequar teoria e prática em situações adversas, formando assim um profissional com uma expertise diferenciada para o trabalho no sistema de saúde de nosso país. Procuramos induzir nossos alunos ao alicerce não somente das práticas clínicas mas também à fundamentação da prevenção das doenças e enfermidades, à educação em saúde, ao comportamento social e à gestão necessária em ambiente de saúde! Não é uma tarefa fácil em um mundo que exige respostas rápidas e vantajosas para cada um como se o milagre estivesse ao alcance de todos!

Projetos de extensão exigem dos docentes responsáveis a convivência com seus alunos como pessoas, como cidadãos, como gente, com pais, mães, família, endereço, felicidades, alegrias e tristezas. A população-alvo também passa pelos mesmos parâmetros… A proximidade docente-aluno-cidadão e o número de horas de convivência dentro de tal realidade… são um aprendizado para toda a equipe, que não se pode desprezar.

A Universidade tem um papel essencial na formação de profissionais e cidadãos humanizados e estamos investindo e acreditando que é possível. O desenvolvimento de um país só acontece quando se investe na educação e o Projeto FOB USP em Rondônia tem este compromisso, o de formar profissionais cada dia melhores, em todos os sentidos, procurando devolver para a sociedade seus investimentos, na crença factível de um futuro melhor. Cidadania, qualidade e expectativa de vida, nossa luta, nosso sonho!

Para finalizar esta história não podemos deixar de mencionar o professor Luís Marcelo Aranha Camargo, médico, professor doutor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e fundador do campus avançado de pesquisa em Monte Negro, em Rondônia, conhecido como o ICB5. Nosso anfitrião, nosso amigo, pessoa em quem aprendemos a confiar durante todos esses anos, nosso porto seguro em Rondônia. Anos antes de irmos para lá, ele já estava lutando pelas causas da saúde em Rondônia. Os anos passaram, muitas conquistas, mas a luta diária é árdua e nosso projeto se mantém, principalmente porque também ele se mantém firme e sempre nos entusiasmando para avançarmos cada vez mais. A USP é forte em ensino de graduação e de pós-graduação… em pesquisa, desde a iniciação científica até a pesquisa avançada… e em EXTENSÃO, a ligação direta entre a sociedade dos doutores e a sociedade de todos!!!

 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.