Isaias Raw: dedicação à pesquisa e luta constante pela liberdade de pensamento

Por Janice Theodoro da Silva, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP

 21/12/2022 - Publicado há 1 ano

O nome Isaias Raw (1927-2022) é parte substantiva da história da Universidade de São Paulo. Trata-se de um dos mais importantes cientistas brasileiros, falecido em 13 de dezembro de 2022. Suas pesquisas contribuíram para a saúde em âmbito mundial e para a saúde dos brasileiros em particular.

Isaias Raw foi um ser humano raro: pesquisador, médico de formação e bioquímico por opção. Ao longo de sua carreira não deixou de lado as relações entre o conhecimento e a sua inserção em contextos sociais. Enfrentava, com igual sabedoria, a ciência e a política.

Não é fácil ser um pesquisador de ponta e professor. A docência exige doação, generosidade, tempo, capacidade de ir além dos interesses e glórias individuais. Isaias Raw cumpriu muitos papéis. Seus trabalhos como pesquisador obtiveram reconhecimento dentro e fora do Brasil. Em época de ditadura não cedeu aos autoritarismos internos à Universidade de São Paulo e aos autoritarismos do Estado brasileiro. Assumiu os desafios com coragem, sem temer perdas e danos. Manteve-se fiel aos desafios políticos, às finalidades últimas da pesquisa acadêmica, às relações intricadas entre os diversos tipos de conhecimento: abstratos, experimentais e o saber voltado para resultados imediatos, todos eles desafios inseridos em contextos políticos (como o desenvolvimento de novas vacinas: hepatite B recombinante).

Momentos de negacionismo explicitam o parentesco entre ciência e política. Em muitas circunstâncias, a política quis calar a ciência, desqualificá-la, eliminá-la, demandando difíceis tomadas de posição. Em depoimento escrito, de próprio punho, Isaias Raw exemplifica como a política quis calar a ciência no Brasil. Passado e presente se misturam ao longo da leitura do seu depoimento. Não tem como escapar, basta ler: ciência e política são parentes consanguíneos.

A ciência vive de perguntas. Ela não é neutra. O regente da orquestra dos perguntadores, dos filósofos da ciência, é inevitavelmente um ser humano pensante inserido na história.

Todas as hipóteses, todas as perguntas, todas as dúvidas são produzidas por um indivíduo. A pergunta, respondida com método, é fruto de uma circunstância, de uma extensa gama de variáveis inseridas no tempo e no espaço. A questão proposta pode ser abstrata, pode ser concreta (por exemplo, covid) e pode ser ao mesmo tempo concreta e abstrata. Pode dizer respeito a uma infinidade de coisas materiais e imateriais, exigindo do cientista diversos tipos de cognição. Seja lá qual for a complexidade da pergunta, a demanda pelo conhecimento é histórica, ou seja, sua raiz é política.

A trajetória de Isaias Raw é exemplo da mistura, do parentesco entre ciência e política.

Com respeito incondicional à trajetória de Isaias Raw, ofereço a todos os leitores este depoimento recolhido pela Comissão da Verdade da USP, graças à colaboração de Walter Colli, ao trabalho incansável de Marcia Bassetto Paes e ao incrível exército de Brancaleone, formado por estudantes da USP. Sem eles, não conseguiria levar à frente o imenso desafio para manter viva a memória de personagens como Isaias Raw e outros intelectuais da época. Batalhadores incansáveis pela liberdade de pensamento, pela luta contra as ditaduras e autoritarismos ao longo dos anos.

Reunir informações, guardar a história e a memória de um professor e pesquisador da Universidade de São Paulo, como Isaias Raw, são uma maneira de combater o obscurantismo e defender a ciência. Parte dos professores da Universidade de São Paulo enfrentaram dignamente os anos de chumbo lutando contra o obscurantismo, força que permanece viva até os dias de hoje.

Em nome da memória e da história ofereço aos meus leitores o depoimento de Isaias Raw.

“Pecado n. 1: Entrei para a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) com a meta de me tornar um pesquisador. A partir do segundo ano, me foi concedido pelo professor Jayme Arcoverde Cavalcanti de Albuquerque, professor da Cátedra de Chimica Physiologica, o acesso ao laboratório do Dr. J. Veiga Sales, que havia sido contemplado com uma bolsa nos Estados Unidos. Isto me permitiu dar aulas que, pelo regulamento, era exclusividade do Professor Catedrático, e também atrair jovens estudantes motivados pela pesquisa biomédica.

Aumentou muito o número de estudantes e, dentre eles, destacavam-se Walter Colli e Ricardo Brentani, os dois, inclusive, chegaram a ser professores na Faculdade de Medicina. Uma série de linhas de pesquisa foram abertas, incluindo diabete e ação da insulina, oxidação fosforilativa, papel do citocromo b5, metabolismo do T. cruzi e o papel do nucléolo.

A Fundação Rockefeller foi a primeira a dar apoio, por vários anos. Estas pesquisas resultaram em artigos em revistas internacionais, como a Science, Nature e a J. Biol. Chemistry. Na primeira experiência de estabelecer um mecanismo rápido de troca de informações sobre uma área de pesquisa, o NIH escolheu fosforilação oxidativa e fui incluído num grupo de dez eminentes pesquisadores que trocavam informações sobre o andamento das suas pesquisas, antes que fossem publicadas. Um auxílio financeiro foi concedido pelo NIH. Na ausência de um Departamento de Genética, inconcebível para um curso médico, incorporei esta disciplina no nosso departamento, que viria a ser o Departamento de Bioquímica.

Pecado n. 2: O professor Cavalcanti reunia mensalmente, no Departamento de Bioquímica, um grupo de professores da USP. Me lembro do professor Noé de Azevedo para tentar implantar, em São Paulo, os programas de educação da Unesco, sob o nome de Ibecc (Instituto Brasileiro de Ciência e Cultura). Levei ao professor Cavalcanti a proposta de criar um Clube de Ciências no espaço disponível do quarto andar, onde funcionou o pré-médico. O objetivo era motivar alunos a se tornarem cientistas e o espaço permitiria a realização de experimentos para aprender a tirar deles conclusões. Desta iniciativa, limitada no número de atendidos, surgiu a ideia de produzir equipamentos para laboratórios escolares e kits para que os alunos fizessem experiências em casa e levassem os resultados para as aulas.

Dez alunos escolhidos por suas experiências foram levados à reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e apresentaram os resultados, buscando orientação de cientistas que participavam do evento anual. Os kits eram produzidos na garagem da Faculdade de Medicina e, mais tarde, absorvidos pela Editora Abril, que os colocou à venda em bancas de jornal. Dois milhões de kits “Os Cientistas” foram produzidos, sendo, na época, o maior programa fora das escolas, que chegou a atrair a atenção da Open University inglesa.

Recursos provenientes da Fundação Rockefeller foram aprovados por vários anos, seguidos de recursos ainda maiores da Fundação Ford. Muitos dos atuais cientistas e professores iniciaram suas carreiras com os kits. A iniciativa tomou tamanho vulto que levou à criação da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino de Ciências (Funbec), que instalou suas fábricas na Cidade Universitária, produzindo kits. Foi quando os primeiros eletrocardiógrafos, desfibriladores e monitores para os hospitais foram produzidos. Além disso, a Funbec participou intensamente, com a National Science Foundation (NSF), na inovação do ensino de ciências, em um programa que tinha por finalidade estimular a formação de mais cientistas nos Estados Unidos.

Pecado nº 3: Com a aposentadoria do professor J. Cavalcanti e com a desistência do Dr. Névio Pimenta, primeiro assistente do departamento, apresentei-me como candidato à cátedra. Contava a meu favor os anos de pesquisas e aulas ministradas no departamento, de maneira que não se apresentaram outros candidatos. Fui aprovado pela maioria dos professores mais destacados da faculdade, porém, minha candidatura foi recusada por alguns dos professores que representavam os mais conservadores. Com a instalação do regime de exceção e posse dos militares, o então Reitor da USP Gama e Silva assumiu como Ministro da Justiça.

Eu morava no Alto de Pinheiros, naquela época uma área desabitada, sem água, esgoto, ruas calçadas e iluminação pública. Às 23 horas, quando voltava com minha esposa e filhos, de visita à minha sogra, em fase final de câncer, fui preso por uma dúzia de carros da polícia, com policiais armados, levado na área de carga do carro para a chefia das Forças Armadas e transferido para o quartel onde permaneci em condições precárias: a cela sem porta, exposto à baixa temperatura, no período do inverno, alimentado por um prato e colher passados por debaixo da grade. Fui acusado de ser um perigoso líder comunista que reunia sua célula em Washington – onde ia para reuniões da Organização dos Estados Americanos (OEA) e National Science Foundation, para discutir projetos de inovação do ensino de ciências – uma acusação tão ridícula apresentada como um slide na TV Record e em caricaturas na Folha.

O que não tinha sido previsto é que haveria um longo telegrama enviado ao Marechal Castelo Branco, assinado por vários prêmios Nobel, pedindo que eu fosse imediatamente libertado. Mais complicações para eles surgiram quando a Unesco enviou seu Diretor de Ensino de Ciências para me visitar. Fui imediatamente transferido da jaula para o dormitório dos oficiais, onde recebi o professor Baez. Em poucos dias mais, fui libertado.

Me tornei o caso mais evidente de abuso do poder de alguns “notáveis” professores da Faculdade de Medicina que usaram a ignorância de coronéis escalados para eliminar os subversivos. Não sofri mais do que uma semana de reclusão e frio; e tive que ir à Congregação da faculdade, como professor substituto, defender-me e mostrar o paradoxo de ter que explicar para minhas filhas que eu não era um perigoso subversivo e quem estava errado foram os oficiais que me prenderam.

Como compatibilizar, na educação infantil, que um pai pode ser honesto e a polícia e o Exército, errados?

Posso me orgulhar de pelo menos um, o professor Alcântara Machado, sem me conhecer pessoalmente, se levantar para protestar na Congregação não apenas pela minha prisão, mas estranhando que, naqueles tempos, havia a inversão da prova, cabendo ao suspeito provar sua inocência. Apesar de ter sido aprovado como candidato, foi levada à Congregação a proposta de protelar o concurso até que eu provasse que não era comunista. A banca escolhida não foi convocada. Finalmente, quando os membros da banca, vindos de outras universidades, chegaram ao hotel, foram abordados por um professor da Faculdade de Medicina para que não aprovassem um judeu. Tive mais sorte que o Prof. Rocha e Silva, descobridor da bradicinina e merecedor de um Prêmio Nobel, candidato à cátedra de Farmacologia, que foi preterido pelo outro candidato, da casa e da família do seu antecessor, sem currículo.

Pecado n. 4: Um dia decidi que para ter uma massa crítica precisávamos integrar, no Conjunto das Químicas, todos os Departamentos de Bioquímica. Com o apoio do Reitor Antonio Barros de Ulhôa Cintra e dos pesquisadores, levamos para a Cidade Universitária o Departamento de Bioquímica da FMUSP. Criamos, de verdade, uma parte importante da USP, que a Faculdade de Medicina jamais aceitou. Sem entender o que é uma universidade, perdeu as disciplinas básicas.

Pecado n. 5: É impossível inovar o ensino médico sem inovar o conteúdo dos livros adotados. O estudante não deve passivamente devolver ao professor o que ele “ensinou” e que algum aluno necessitado transferiu para uma “apostila sem responsabilidade da cátedra”. Como professor me competia, formalmente, dar uma enormidade de aulas por ano, preparadas em sala especial, ligada a um anfiteatro privativo do departamento. Rompi com a tradição, preparei um livro que permitia ao aluno estudar e tirar suas dúvidas com os assistentes, cabendo ao professor, em uma aula mensal, comentar os avanços da ciência ainda não publicados por mim ou por outros autores. Deixar de recitar anualmente aulas defasadas, com as anedotas embutidas contadas rigorosamente ano a ano, era um pecado mortal.

Alguns tópicos eram ensinados em mais de um curso e a esperteza dos estudantes os orientou a jamais misturar o que cada professor recitou na frente do quadro negro com a de outro, sob pena de serem reprovados. Obviamente, além de meu interesse em pesquisa e não em clínica, aboli essas aulas a partir do segundo ano, quando um candidato a professor apresentou uma total asneira que não deixei passar, contestando-o na frente dos alunos.

Tendo publicado livros, com meus assistentes, tanto para o curso médico como para o curso colegial, auxiliado por professores secundários de alto nível, alocados na Funbec pela Secretaria da Educação, houve a necessidade de uma editora. Com o apoio do Reitor Ulhôa Cintra – que introduziu a prática de uma medicina baseada em evidências científicas e foi um dos mais eminentes reitores da USP – fundamos a Edusp.

Coube-me, ainda, assumir a Revista da FMUSP, onde cada professor dispunha de um número de páginas, sem o crivo de pares anônimos, transformando-se numa publicação sem prestígio, moeda de troca da biblioteca por outras revistas da mesma insignificância. Decidi pela extinção dessa revista – procedimento que repeti, como diretor do Instituto Butantan, com os Anais do Instituto Butantan. Esta medida eliminou a chance de o professor inventar um currículo sem qualquer impacto real no campo, com publicações jamais lidas.

Pecado n. 6: O vestibular, para selecionar alunos, permitia a memorização e o treinamento eficazmente administrados pelos cursinhos, quando a família dispunha de recursos para pagar. Era preciso um exame de seleção que escolhesse os candidatos com maior potencial de serem bons profissionais, em curso mantido pela sociedade. A multiplicação de faculdades, independentemente da baixa qualidade dos docentes e das instalações com acesso ao hospital-escola, não poucas vezes selecionou inadequadamente. A possibilidade de “vazamentos” não podia ser controlada e, quando parte do vestibular incluía uma prova oral, havia a possibilidade da facilitação da admissão de estudantes da família de membros do corpo docente ou de “autoridades” que interferiam na avaliação. O critério do vestibular favorecia os cursinhos.

A criação do vestibular unificado para faculdades de medicina, criado pelo professor Leser e eu, introduzindo provas que exigem raciocínio e exames de laboratório com apoio da Funbec, revolucionou o sistema, pois garantia que as vagas fossem destinadas às pessoas com maior potencial para o exercício da medicina de alto nível. A Fundação Carlos Chagas veio cumprir também esse requisito, e sua criação contou, mais uma vez, com o auxílio da Fundação Ford.

Pecado n. 7: A sucessão das disciplinas do curso médico apresentava contradições e as tornava irrelevantes para a formação do clínico. Isto me levou a propor a criação de um Curso Experimental de Medicina. Sem a necessidade de construir prédios e laboratórios para as disciplinas básicas, mas priorizar a construção de um hospital de ensino que atendesse a população em áreas definidas, não somente os casos interessantes, e um posto de saúde-escola. Ambos permitiriam aos estudantes, desde o primeiro ano, ter contato com pacientes, inclusive aqueles sem necessidade de internação. Foi planejado um curso, por professores e assistentes, abordando a integração básica clínica, até que fosse possível editar os livros.

Com tantas iniciativas públicas, fui tachado de ser um cérebro que dominava um leque de atividades. Fui punido pelo AI-5, vedado meu acesso às atividades e recursos públicos nas áreas de ensino de ciência e da medicina, de pesquisas biomédicas e o Curso Experimental de Medicina foi fechado. Imediatamente decidi sair do País, com a ajuda de um passaporte de serviço para viagens relacionadas com pesquisa e ensino de ciências, sem direito a remuneração.

A Unesco me ofereceu a atuação na inovação do ensino de Ciências em Israel; por nove meses fiquei distante da família, que ficou para organizar sua saída do País, mas, depois de um ano e meio, decidi procurar outro emprego e fui contratado pelo Massachusetts Institute of Technology para o Centro de Ensino de Ciências, e lá permaneci por cinco anos, desenvolvendo um projeto de ensino de ciências baseado na amostra de alimentos do estudante, adotado em vários Community Colleges. Fui convidado para um cargo no Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard, onde concluí um livro para curso médico que integra o ensino básico com noções clínicas – ‘Anemia, from molecules to medicine’ -, que me levou a ser convidado pelo City College de Nova York para ajudar na formação de estudantes que queriam ser médicos generalistas.

Evidentemente, havia um contraste entre minha dedicação pela coisa pública – muitas vezes abrindo mão da remuneração – e aqueles funcionários que, incomodados pelo meu razoável sucesso, exigiram minha punição lançando mão da força do Exército. Força esta que, é sabido, é treinada para obedecer sem questionar. A minha natureza inquieta de sempre buscar uma iniciativa de interesse do País e da população incomodou a inércia daqueles conservadores. Exemplifico com o que me disse um secretário da faculdade nos anos 1940, surpreso ao me ver entrando na Faculdade de Medicina em um domingo: “É proibido trabalhar para o governo sem salário”.

Outro exemplo, ainda, foram as palavras de um professor: “Afinal, por que a Fundação Rockefeller nunca me ofereceu recursos se eu não sou comunista?”, e continuou, “nós o mandamos embora e ele vai para universidades melhores!”. São palavras que jamais esqueci e mostram as dificuldades que este país interpõe à iniciativa, à inovação e à experimentação para proteger a mediocridade – autoproteção -, impedindo o progresso.

Vive-se em dois mundos diferentes e me parece impossível um país não preparar políticos, militares e uma elite intelectual que aceitem inovação e progresso. O lado conservador e o medo de inovar é usado para servir a interesses próprios e aprofunda o nosso subdesenvolvimento. Ao contrário de outros colegas, não fui submetido à tortura, mas à pressão contínua de, como subversivo, não aceitar jamais o status quo. Voltei acreditando no Brasil, país do futuro, cujo autor, na ditadura anterior, foi levado ao suicídio, mas continuamos a ter que enfrentar os que se acham donos do País. Em 1952, quando era bolsista em Nova York, o Presidente da Merck apareceu na capa do Times afirmando: “Medicine is for people not for profit”. Foi banido da empresa, como serei mais uma vez por ter uma fantasia de trabalhar pelas necessidades sociais.”

A Universidade de São Paulo é grata a Isaias Raw pela sua coragem, pela sua dedicação à pesquisa e pela constante luta em favor da liberdade de pensamento.


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