O fenômeno migratório e suas consequências para os idosos

Cynthia Carneiro e Carlos Barros são os entrevistados desta semana no USP Analisa

 24/05/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 26/05/2017 as 10:59
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Carlos Barros e Cynthia Carneiro – Foto: Gabriel Soares

​​​​Fenômeno motivado por questões econômicas e políticas, a migração ganha destaque com o envelhecimento da população ativa em países europeus e até mesmo com um novo tipo de deslocamento, gerado por aposentados em busca de locais mais agradáveis para viver. O USP Analisa desta sexta vai discutir os movimentos migratórios e as consequências dele para idosos, com a professora da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP, Cynthia Carneiro, e com o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Migrações da Universidade de Lisboa, Carlos Barros.

Cyntia destaca que a restrição da circulação de trabalhadores em locais como a Europa, que necessitam de reposição de mão-de-obra, estimula a irregularidade e a precarização do trabalho. “A precarização do trabalho só interessa aos maus empregadores porque eles deixam de recolher tributos ao estado. Há quem diga que os migrantes irregulares não pagam impostos, mas pagam sim. A grande maioria dos impostos é sobre o consumo. Essa pessoa entra no país e movimenta a economia, ela consome, ela usa os seus serviços prestados por empresas privadas. Mas, ao estar irregular, ela acaba não contribuindo para o fundo previdenciário, por exemplo. É um prejuízo para o estado”.

A docente também destaca a importância desse trabalhador em outro contexto relacionado à terceira idade, que é o cuidado ao idoso. “Na Itália, 60% dos trabalhadores em casas de repouso são estrangeiros da Comunidade Europeia e América do Sul. Existe essa demanda por estrangeiros ou imigrantes nas casas de repouso ou mesmo no trabalho doméstico, que são postos pouco atrativos para o trabalhador europeu”.

Para Carlos, o fenômeno da migração de aposentados, que também atinge Portugal, levanta a necessidade de se criar estruturas adequadas para receber esse tipo de público. “É necessário providenciar políticas públicas de saúde, proteção social e formas de transferir a aposentadoria. Por outro lado, Portugal é um país pequeno, com dez milhões de habitantes. Como podemos criar sistemas para que isso funcione?”, questiona.

O USP Analisa é uma produção conjunta da USP FM de Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP.

 

Por Thaís Cardoso


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