Idoso pode ter autonomia e não precisa ser tratado como criança

O professor e psicanalista Christian Dunker explica que essa relação é o cuidado invertido. “Na medida que nossos pais vão envelhecendo, inverte-se a relação inicial de cuidados”

 09/02/2021 - Publicado há 3 anos
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comportamento do idoso, infantilização do idoso, violência simbólica contra idoso
A convivência com idosos requer um preparo que muitas vezes o familiar não tem ou não estava preparado para ter nestes tempos de pandemia – Foto: ANPR via Fotos Públicas
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A convivência com idosos requer um preparo que muitas vezes o familiar não tem ou não estava preparado para ter nestes tempos de pandemia. O que se nota é que cada vez mais famílias estão vivendo juntas na mesma casa com pessoas da terceira idade.

Primeiro, precisamos entender que a pessoa idosa pode ter autonomia e, mesmo que seja dependente, não precisa ser tratada como se fosse uma criança e levar bronca, como se faz quando se repreende um filho.

Infantilização do idoso

A infantilização do idoso é resultado de uma comparação equivocada do relacionamento carinhoso, normalmente usado com crianças. Especialistas acreditam que isso ocorra como resultado da fragilidade e dependência que o idoso geralmente apresenta. Esse comportamento normalmente é repetido por familiares e profissionais de saúde próximos a ele.

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O psicanalista e professor do Departamento de Psicologia Clínica, Christian Dunker, do Instituto de Psicologia da USP, explica que essa relação é o cuidado invertido. “Na medida que nossos pais vão envelhecendo, inverte-se a relação inicial de cuidados. No começo nós somos cuidados por eles e, no fim, eles são cuidados por nós”, afirma.

É muito comum desconsiderar escolhas e opiniões, retirando a autonomia e excluindo-os de conversas e discussões importantes. O idoso precisa e deve ser integrado à família. Durante a entrevista, Christian Dunker explica também a diferença entre dependência e autonomia.


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