Pensar em festivais, eventos culturais e shows ao vivo parece uma memória distante durante a pandemia do coronavírus. A esperança de converter um ingresso em uma experiência presencial não se concretizou em 2020 para muitos de nós, entretanto, os grandes festivais de música permanecem no imaginário das nossas cidades, alimentados pelos planos de retorno à normalidade nos próximos meses. Neste período de espera, podemos nos perguntar: qual é relação entre a cidade, festivais e seus patrocinadores?
Para compreender como São Paulo foi representada em um de seus maiores eventos culturais, o Lollapalooza, o Momento Cidade desta semana entrevista Giovanna Longo. A pesquisadora produziu uma dissertação de mestrado com o objetivo de entender a ligação entre festivais e patrocinadores com a capital paulista.
Defendido na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, o estudo acompanhou o Festival Lollapalooza em 2018 e procurou analisar as conexões entre cultura na cidade e consumo cultural dos cidadãos. Para realizar essa análise, a pesquisadora foi a campo, utilizou questionários, estudos documentais e efetuou uma criteriosa revisão bibliográfica. “Eu quis trazer um pouco essa visão desses patrocinadores sobre como eles formataram as ativações de marca, como eles viam essa experiência do consumidor”, enfatiza Giovanna.
Para ela, intermediando a relação entre público e patrocinadores, o poder público deveria se fazer mais presente. “A cidade, por meio do seus órgãos públicos, de turismo, de cultura, precisa se conectar com esses eventos culturais, não somente com os eventos que a cidade promove, mas também com os eventos que a cidade recebe”, afirma.
Na opinião da pesquisadora, uma cidade que investe mais em cultura é um local que prioriza a democratização de todos os seus grandes eventos.
A dissertação completa pode ser acessada neste link.
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Ficha técnica
Reportagem: Gabriel Guerra
Produção: Denis Pacheco
Edição: Beatriz Juska e Guilherme Fiorentini