Em pesquisa realizada na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, o jornalista Rodrigo César Castro Lima analisou como o “mal” aparece com mais frequência nas pautas jornalísticas como um todo. “Se observarmos o noticiário, por exemplo, a notícia negativa sempre é mais enfatizada. Podemos perceber ‘empiricamente’ que isso não é por acaso e tem a ver com a necessidade no nascimento da comunicação humana”, descreveu o pesquisador na entrevista desta quinta-feira (23), no podcast Os Novos Cientistas.
Durante um ano, em 2017, Lima analisou veículos de matrizes culturais e plataformas midiáticas diferentes (impressos, on-line, televisivos) de seis países diferentes: Brasil, França, China, Estados Unidos, Alemanha e Japão. “Considerei como ‘mal’ tudo aquilo que, em sã consciência, uma pessoa evitaria. O resultado da análise de mais de 10 mil notícias é que 80%, em média, das pautas desses veículos eram constituídas de pautas negativas.”
A pesquisa O problema do mal e o jornalismo: (por) uma epistemologia da notícia defende a hipótese de que, ao nos comunicarmos, a primeira função que desejamos executar é a transmissão dos valores negativos, ou seja, comunica-se primeiro aquilo que é o mal… a tragédia, a morte…enfim, a má notícia. Em sua pesquisa, Rodrigo Lima contou com a orientação do professor Anderson Vinicius Romanini.