Saúde sem Complicações #19: Tratamento da síndrome de Tourette não cura, mas controla sintomas

Vitor Tumas explica que tiques característicos da Tourette podem ser confundidos com manias, hábitos ou comportamentos compulsivos, mas são involuntários. Apesar de conseguirem controlar por um tempo, as pessoas afetadas têm vontade de manifestar esses movimentos e sons

 05/05/2020 - Publicado há 4 anos
Saúde sem complicações - USP
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Saúde sem Complicações #19: Tratamento da síndrome de Tourette não cura, mas controla sintomas
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O Saúde sem Complicações desta semana recebe o neurologista Vitor Tumas, professor do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, para falar sobre a síndrome de Tourette. Ele explica que essa síndrome é caracterizada pelo aparecimento de tiques motores e tiques vocais em pessoas com menos de 18 anos e devem durar por, no mínimo, um ano. “Os tiques normalmente aparecem na infância, mas, caso apareçam na idade adulta, deve-se prestar atenção, pois podem ser causados por doenças mais graves, e não por essa síndrome”, enfatiza.

Tumas explica que um tique é um movimento ou uma emissão de som que pode ser confundido com manias, hábitos ou comportamentos compulsivos: “Os tiques que caracterizam a Tourette são involuntários e, apesar de conseguirem controlar por um momento, as pessoas têm vontade de fazê-los”, explica o professor. Na maioria das vezes, o tique é idiopático, ou seja, não tem uma causa conhecida, mas a maioria é provavelmente hereditária.

O tratamento da síndrome de Tourette não cura o paciente, o que se faz é o controle dos sintomas, que vão ser diferentes para cada um. A apresentação clínica, ou seja, como os tiques se manifestam, é variada, e isso é importante porque conduz a decisão de se tratar ou não. Tumas explica que, se é um tique sutil, que não causa grandes problemas à vida do paciente, ele não requer tratamento, “mas, se é um tique que causa constrangimento, como de uma paciente que eu tive, que gritava muito, de forma ensurdecedora, esse tipo requer um tratamento”, completa o professor.

Para saber mais, ouça na íntegra o podcast Saúde sem Complicações no player acima.


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