Biossensor informa níveis de álcool e glicose pela análise da lágrima

A aluna de doutorado do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP Laís Canniatti Brazaca participou do desenvolvimento de um protótipo de óculos que captam a lágrima do paciente e informam, por meio de um biossensor, os níveis de álcool, glicose e vitaminas no sangue. A inovação é fruto do trabalho conjunto do IFSC e da Universidade da Califórnia, nos EUA, onde o projeto foi desenvolvido

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 21/11/2019 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 25/11/2019 as 10:27
Novos Cientistas - USP
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Biossensor informa níveis de álcool e glicose pela análise da lágrima
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Em entrevista aos Novos Cientistas desta quinta-feira, 21, a pesquisadora Lais Canniatti Brazaca, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, descreveu sobre o protótipo de óculos que são capazes de medir os níveis de álcool, glicose e vitaminas, pela lágrima. Isso é possibilitado pela instalação de um biossensor acoplado nos óculos que, além de medir os níveis, transmitem em tempo real as informações a um computador ou celular. Os estudos vêm sendo realizado com a participação de pesquisadores da USP e da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA).

Laís explicou que o biossensor é instalado na frente dos óculos, no canto de uma das lentes e um pequeno canal com eletrodos captura a lágrima para fazer a análise das substâncias. Em seguida, os resultados são enviados a um dispositivo acoplado a uma das hastes dos óculos que transmite as informações. “A lágrima é estimulada pelo uso de um pequeno bastão de mentol, bastante utilizado por atores, que é aplicado na pele, na base dos olhos”, explicou Laís.

A pesquisa de doutorado de Laís foi realizada na Universidade da Califórnia (EUA) e no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP. Nos EUA, ela teve a orientação do professor Joseph Wang. No IFSC, os estudos foram realizados no Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia, sob a coordenação do professor Waltencir Zucolotto.

“A principal ideia do dispositivo é usá-lo em casa”, descreveu Laís, por tratar-se, segundo ela, de um sistema extremamente fácil de ser utilizado em até três vezes num único dia. “O biossensor pode ser usado durante um dia todo, como após o café da manhã, almoço e jantar”, explicou a pesquisadora. Em relação a um produto comercial, Laís disse que serão necessários mais experimentos. “Até o momento o sistema foi testado em apenas três pessoas. Há ainda uma série de testes que deverão ser realizados com uma população maior e passar por agentes de regulação até chegar ao mercado. Isso ainda está distante de acontecer”, avisou a pesquisadora.


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