Combinação de amido e gás ozônio resulta em plásticos mais resistentes

Um estudo de pós-doutorado que vem sendo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, e na Escola Politécnica (Poli), resultou num plástico ambientalmente correto, mais transparente e mais resistente. Para chegar a esse produto, que já está em processo de patente, os pesquisadores desenvolveram uma técnica que usa amido de mandioca e gás ozônio

 14/11/2019 - Publicado há 4 anos
Novos Cientistas - USP
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Combinação de amido e gás ozônio resulta em plásticos mais resistentes
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O amido é um carboidrato produzido por plantas e pode ser encontrado em grandes quantidades de alimentos, como mandioca, milho, batata e arroz. E foi a partir desta substância, extraída da mandioca, que a engenheira química e de alimentos Carla Ivonne La Fuente Arias vem desenvolvendo um novo tipo de plástico, mais resistente e mais transparente, para ser usado em embalagens. O produto resulta das pesquisas de pós-doutorado da pesquisadora no Grupo de Estudos em Engenharia de Processos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, e no Laboratório de Engenharia de Alimentos (LEA) da Escola Politécnica (Poli). “A principal característica deste novo plástico é ser biodegradável. Diferente dos plásticos convencionais, o produto poderá ser degradado na natureza em menor tempo. Trata-se de uma tecnologia verde, amigável com o ambiente”, descreveu Carla em entrevista ao Novos Cientistas.

Nos laboratórios da Esalq e da Poli, Carla utilizou o gás ozônio para processar o amido e melhorar as propriedades do plástico. Segundo a pesquisadora, a produção de plásticos a partir de amidos tem sido explorada há 15 anos pelo grupo da professora Carmen Cecilia Tadini, do LEA, da Poli. A modificação, que é realizada com o ozônio, melhora as propriedades do plástico. “Produzimos esse plástico biodegradável e, mesmo ainda na etapa inicial, já obtivemos um produto de boa qualidade”, afirmou Carla. A próxima etapa, a ser executada na Poli, é a produção em escala semi-industrial. Assim, para a concretização do projeto, são realizadas na Esalq as etapas de ozonização, secagem e caracterização das amostras de amido. Na sequência, Carla leva o material até a Poli para preparar e caracterizar o plástico biodegradável.

Carla informou também que já houve um pedido de patente para o produto, junto à Agência USP de Inovação.


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