Rio Tietê ainda luta e mostra tendências de estabilização

Em entrevista aos Novos Cientistas, a sanitarista Sammila Andrade Abdala conta como foi realizado seu estudo na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. Na pesquisa, que teve a orientação do professor Wanderley da Silva Paganini, Sammila analisou a evolução das águas do rio no período de 1986 a 2017, levando em consideração os impactos do crescimento populacional e as ações de saneamento nas bacias hidrográficas que compõem o Tietê

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 11/10/2019 - Publicado há 5 anos
Novos Cientistas - USP
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Rio Tietê ainda luta e mostra tendências de estabilização
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A pesquisa Evolução da qualidade das águas do rio Tietê e os fatores que a influenciam, realizada pela sanitarista Sammila Andrade Abdala, traz uma análise do rio paulista do período de 1986 a 2017. “Verifiquei parâmetros de qualidade ao longo do tempo e no curso do rio. Pudemos ver melhoras em alguns trechos na Região Metropolitana de São Paulo, principalmente nas regiões onde ele adentra para o interior”, contou a pesquisadora.

Durante seu curso, a degradação do Tietê acontece quando ele passa pela cidade de São Paulo. Isso, segundo Sammila, é devido ao crescimento populacional que se intensificou nos grandes centros urbanos, o abastecimento público de água, como também a coleta, afastamento e tratamento dos esgotos que se tornaram cada vez mais complexos. Em vários territórios, a capacidade de gestão de saneamento básico não conseguiu acompanhar a velocidade da urbanização, o que levou à degradação dos corpos hídricos.

O Tietê também é afetado pela entrada de outros rios, como o Jundiaí, Sorocaba e Piracicaba. Mesmo assim, a pesquisa permite avaliar que há uma tendência de estabilização, com sinais de melhoria para a qualidade das águas do rio Tietê na Região Metropolitana de São Paulo, mesmo considerando o forte crescimento populacional que essa região tem sofrido. Os resultados para os rios Tamanduateí e Pinheiros também foram claramente positivos, mostrando uma melhora ao longo dos anos. Se não fosse o crescimento populacional e a ocupação desordenada do solo, a influência positiva das obras de saneamento implantadas se mostraria muito mais evidente. Mas a pesquisadora alerta que ainda são necessários estudos adicionais que abordem mais profundamente os efeitos da industrialização e da monocultura na qualidade das águas desses rios.


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