O Momento Sociedade desta semana, com o pesquisador José Luiz Portella, discute sobre a precarização do trabalho, sobretudo nos países da semiperiferia do capitalismo como Brasil, África do Sul e Portugal.
Em A Rebeldia do Precariado, livro de Ruy Braga, chefe do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, é apresentado o conceito de “precariado”, isto é, o trabalhador com deterioração de seu padrão de vida e condição de trabalho. Portella apropria-se do conceito de Braga para discorrer sobre as relações de trabalho após a crise do neoliberalismo iniciada em 2008.
Portella explica o carácter internacionalista da obra de Braga, ao analisar as lutas sociais por meio de “uma nova força social: o precariado”. No entanto, Portella deixa claro que o precariado não se trata de uma nova classe social no sentido de Marx, mas sim de um estrato social que corresponde ao contexto de vida atual.
Um exemplo de uma relação precarizada são os trabalhadores terceirizados, relata Portella. Este fenômeno é ilustrado no livro de Braga a partir de uma enfermeira que é dispensada de um hospital, contratada por uma empresa terceirizada e volta a “trabalhar” no hospital, mas sem os vínculos trabalhistas.
Por fim, Portella reforça a ideia trabalhada no livro de Braga do jovem como grupo social de resistência à precarização do trabalho.