Brasil é pioneiro em relação à internet das coisas

Cientista diz que, considerando estudos, País escolheu quatro prioridades: área urbana, rural, saúde e indústria

 05/07/2019 - Publicado há 5 anos
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A complexidade inerente ao desenvolvimento das cidades e ao necessário processo de gestão urbana exige constantes inovações no campo das políticas públicas urbanas para o enfrentamento de desafios cada vez mais urgentes. Nesse contexto, o seminário Inovação em Políticas Públicas Urbanas visa a promover diálogos e reunir experiências sobre a aplicação de novas práticas e tecnologias às políticas públicas urbanas.

O encontro é promovido na sequência do Ciclo UrbanSus do Programa USP Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo. Assim, traz à luz temas como big data, mineração de dados, internet das coisas, tecnologia social, segurança cibernética e regulação do uso de dados e de novas tecnologias aplicados à promoção da sustentabilidade urbana. 

“O Brasil foi pioneiro em relação à internet das coisas, em inglês, Internet of Things (IOT)”, conta a pesquisadora Jamile Sabatine Marques, do IEA, no Programa Cidades Globais, e membro da Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes). Trata-se de uma tecnologia que promove comunicação de aparelho para aparelho, via internet.

A Abes, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fez uma pesquisa de mercado sobre o futuro da IOT. Até 2022, a área tem um potencial de expansão na casa dos 15 bilhões de dólares. Isto é, cerca de 20% a 30% por ano. “Em vista dos estudos, o País resolveu escolher quatro focos de atuação: área urbana, rural, saúde e indústria”, declara Jamile.

Foto: Miniyo73 on Visual Hunt / CC BY-SA

Encarando a centralidade do tema, governo e autarquias federais se reúnem para fomentar o desenvolvimento tecnológico da internet das coisas. “Já há times estruturados tanto no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) como no BNDES. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) também oferece linhas de crédito. O BNDES criou um cartão com foco em IOT. As coisas estão acontecendo”, afirma a pesquisadora.

Ela esclarece que não se faz tecnologia por fazer. “Esse desenvolvimento tem que agregar à vida das pessoas como cidadãos”, defende. Um uso bem interessante se dá no âmbito das políticas públicas. “A internet das coisas pode evitar acidentes de trânsito. Isso representaria para o governo uma economia entre 50 a 200 milhões de reais, por ano”, aponta Jamille.

“E, assim como toda e qualquer tecnologia, a IOT avança mais rápido que a regulação. É como o caso do Uber, em que o governo criou normas depois que o aplicativo já funcionava há algum tempo”, explica a pesquisadora. Nesse sentido, o Poder Executivo publicou o decreto 9.854, no dia 24 de junho, não só normatizando, mas viabilizando redes de incentivo.

Jamille indica que as principais aplicações da internet das coisas, hoje, estão nos aparelhos de ar condicionado e nas câmeras de vigilância. As pesquisas seguem para mudar isso. Logo, a importância da academia nesse tripé, junto ao Estado e à iniciativa privada. “É necessário organização para possibilitar os altos insumos para se aplicar IOT em uma grande fazenda agropecuária”, exemplifica.

O IEA promove esse seminário com o intuito de reunir governo, iniciativa privada e universidade para avançar no tema. “O MCTIC participará. Virão um ex-secretário da área e um consultor de políticas públicas. A parte empresarial também estará presente. Eu representarei a academia. Então, traremos as hélices para conversar e debater”, argumenta a mediadora de um dos painéis do seminário.

O evento é aberto ao público. Para se inscrever ou acessar mais informações clique neste link. Tudo será transmitido em tempo real neste site.


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