Morreu no dia 25 de março Olivier Toni, professor titular e um dos fundadores do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Com uma carreira marcada pela docência, Toni foi responsável pela criação e implantação das mais importantes iniciativas paulistas na área do ensino da música, como a Orquestra de Câmara de São Paulo (1956), a Orquestra Sinfônica Jovem de São Paulo (1968), a Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo (1972). a Orquestra de Câmara (Ocam) da ECA (1995), da qual era maestro titular, além do Departamento de Música da ECA (1970).
Como pesquisador e intérprete, dedicou-se à edição e divulgação de compositores brasileiros do período colonial e de autores nacionais contemporâneos. Apresentou-se como regente com várias orquestras brasileiras, em especial a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), a convite de Eleazar de Carvalho, e em diversas cidades europeias, divulgando autores brasileiros do século 18. Alcançou grande sucesso dirigindo a Berliner Kammerorchester e o coro da Universidade Humboldt, na estreia de compositores brasileiros do século 18 em Berlim (1991), a Orquestra de Câmara da Costa Rica, no 2º Festival Internacional de Música (1992), e a Orquestra Sinfônica de Cuba (1997).
Compositor ativo, foi autor de obras para canto, instrumentos solistas, coro e orquestra, muitas delas premiadas e executadas em festivais dedicados à música contemporânea. Suas Três variações para orquestra foram executadas pela primeira vez pela Orquestra Sinfônica de Bochum, na Alemanha, em 1963, sob direção de Franz Paul Decker, e, no Brasil, em 1970, no Festival Internacional de Música da Guanabara, sob direção de Eleazar de Carvalho.
A última obra escrita por Olivier Toni foi Navio Negreiro (2016), sobre trechos do poema homônimo de Castro Alves, que teve suas primeiras audições realizadas em Ribeirão Preto (2016) e em São Paulo (2017).
Ouça no link abaixo entrevista do professor Gil Jardim, regente titular da Orquestra de Câmara (Ocam) da ECA, concedida no dia 27 de março ao radialista Mário Sant, no programa Via Sampa, da Rádio USP (93,7 MHz).