Cursos da USP: ‘Têxtil e Moda’ prioriza parceria entre os dois setores

Único bacharelado do tipo no País, graduação oferece flexibilidade para ingressar no mercado de trabalho

 17/08/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 01/08/2019 as 17:34
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O curso de Têxtil e Moda da USP une dois setores que englobam as diversas etapas da produção do mundo da moda – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Tecnologia, gestão e design. O curso de Têxtil e Moda da USP tem uma proposta única no Brasil: unir duas áreas que, dentro do mercado de trabalho, se complementam, englobando as diversas etapas da produção de tecidos, roupas, calçados, entre outros.

Oferecido pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, na zona leste de São Paulo, o curso foi criado em 2005 com o nome de Tecnologia Têxtil e Indumentária. Mais tarde, a mudança de nome também significou uma maior participação do universo da moda nas disciplinas da graduação.

Essa atualização não veio por acaso, mas sim para corresponder às demandas do mercado. É como explica a professora Francisca Dantas Mendes, vice-coordenadora do curso. “A moda tem como matéria-prima principal o têxtil, e o têxtil vive da indústria da moda. É uma parceria, os dois setores caminham juntos.”

A vice-coordenadora do curso, Francisca Dantas Mendes – Foto: Arquivo pessoal

A formação de pessoas que conseguem transitar entre as duas áreas é um dos diferenciais da graduação da USP, trazendo mais flexibilidade para ingressar no mercado de trabalho.

Essa foi uma característica observada pela estudante Rebeca Gonçalves Pimentel, que está cursando o oitavo semestre da graduação, em comparação a outras graduações em moda.

“Na USP, vejo que o aluno sai com um perfil profissional muito mais completo e preocupado com todo o processo produtivo. O curso vai muito além de criar uma peça de roupa; é pensado no fio, no tratamento, nos gastos, nos danos, no consumo, no reúso.”

A aluna destaca ainda que quem pretende estudar Têxtil e Moda não precisa saber desenhar nem costurar, porém, já ter esse contato prévio acaba auxiliando nas atividades do curso que envolvem o processo criativo.

Os estudantes do curso têm acesso aos laboratórios de modelagem, desenho, química, física e prototipagem, onde estão disponíveis todo o maquinário para confeccionar produtos e ter uma vivência prática dentro da Universidade.

Outra proposta da graduação é envolver os estudantes com a área de gestão, para que sejam capazes de atuar como empreendedores de novos negócios e trazer soluções para dentro dessa cadeia produtiva. Assim, dominariam desde o processo criativo até a administração dos empreendimentos e a comercialização dos produtos.

Acervos como a Tecidoteca, pesquisas de iniciação científica, e a Têxtil e Moda Júnior, empresa gerenciada pelos alunos do curso, são outras oportunidades que complementam a graduação.

Mercado de trabalho

No setor de moda aumentaram as oportunidades de atuação – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

As oportunidades de trabalho são grandes dentro da indústria, com o desenvolvimento de novos tecidos e fibras e de qualquer produto que envolva matéria-prima têxtil — não só roupas e calçados, como também materiais para a área médica, por exemplo. Outra possibilidade é trabalhar com malharias, tecelagens e lojas do varejo, entre outros.

No setor de moda, o aumento de doutores na área, que eram pouquíssimos quando surgiu a graduação da EACH, trouxe mais referencial teórico para que se estudasse essa indústria. Nesse sentido, aumentaram as chances de atuação com a pesquisa, tendências de moda e de funcionamento do mercado, o desenvolvimento de novos produtos e a análise do público consumidor.

A EACH oferece o mestrado em Têxtil e Moda, dividido em duas linhas de pesquisa: Processos e Materiais Têxteis, mais ligada à área têxtil de tecnologia e inovação; e Projetos em Têxtil e Moda, relacionada ao design e à moda. O doutorado na carreira ainda não existe no País, mas é um plano futuro da unidade, segundo a vice-coordenadora do curso, Francisca Mendes.

Possibilidades

A ex-aluna do curso, Bruna Oewel – Foto: Arquivo pessoal

Formada pela segunda turma de Têxtil e Moda da USP, a abrangência do curso fez com que Bruna Oewel pudesse explorar novas áreas de estudo. Em 2015, ela ficou em segundo lugar em um concurso de moda inclusiva, quando apresentou um conjunto de roupas para mulheres cadeirantes. Agora, vai iniciar a pós-graduação em design com foco na área de saúde.

“O ciclo básico e o currículo geral do curso abriram minha cabeça para não pensar só na moda, mas em questões gerais — e provavelmente isso influenciou muito na minha escolha de mestrado em design integrativo”, diz.

Por ciclo básico, ela faz referência às disciplinas introdutórias oferecidas para todas as graduações da EACH, que englobam diversas áreas do ensino.

Além disso, a bacharel em Têxtil e Moda explicou que o aprofundamento em assuntos como antropologia, vistos de maneira mais genérica em outras faculdades, foi o diferencial na graduação.

Afinal, como lembra a professora Francisca, a indústria da moda faz parte de um campo multidisciplinar, agregando conhecimentos de sociologia, meio ambiente, estatística, e assim por diante.

“Vejo que a nossa formação deu uma flexibilidade profissional e emocional para todos, mesmo que isso só seja percebido anos mais tarde”, comenta Bruna. “Tinha receio de ser uma área elitista e difícil de entrar. De fato, há ainda uma parte da indústria que realmente entra no clichê ‘O Diabo Veste Prada’, mas há muito trabalho por haver muitos competidores na indústria”, completa.

Quer conhecer mais sobre o curso?

No site da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, você encontra

Formas de ingresso

Bacharelado em Têxtil e Moda

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