Equipe de biologia sintética faz vaquinha para competir nos EUA

Estudantes da USP em Piracicaba participarão pela primeira vez da iGEM, uma das maiores competições da área

 26/05/2017 - Publicado há 7 anos
Estudantes da USP querem levar projeto de bioinoculante para plantas na competição internacional – Foto: Divulgação

Para bancar sua inscrição na iGEM, uma das maiores competições internacionais na área de Biologia Sintética do mundo, um grupo de alunos da USP lançou uma campanha de financiamento coletivo. Eles querem levar ao evento o projeto SuperBacc, uma proposta para a substituição de agroquímicos.

Ligada ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a iGEM 2017 ocorrerá em novembro, em Boston, nos Estados Unidos. Por isso, além da taxa de inscrição de US$ 5 mil, a equipe ainda terá gastos com passagens aéreas e hospedagem.

Esta é a primeira vez que a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP participará da competição. A equipe integra o Grupo de Estudos em Biologia Sintética (GBios), que conta com 19 participantes, dentre eles estudantes de graduação (Engenharia Agronômica e Florestal) e pós-graduandos de diferentes departamentos da Esalq. Também estão envolvidos o professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, Antônio Vargas de Oliveira Figueira, além de uma pesquisadora do Instituto de Inovação em Biossintéticos do Senai, Aline Romão Dumaresq.

O GBios fica sediado no Departamento de Genética da Esalq e foi idealizado em 2016, durante a disciplina de graduação Genética Molecular.

“O incentivo aos acadêmicos na participação de competições como a iGEM é fundamental para o desenvolvimento da área de biologia sintética do país, atualmente ‘embrionária’ no Brasil”, afirmou a professora do Departamento de Genética da Esalq e tutora dos alunos do projeto, Maria Carolina Quecine Verdi.

Para participar da competição, o GBios irá desenvolver um projeto para obtenção de um bioinoculante para plantas, denominado SuperBacc.  Também chamado de inoculante biológico,o bioinoculante é um produto que contém micro-organismos com ação benéfica para o desenvolvimento das plantas.

“Bioinoculantes são insumos biológicos para substituição de agroquímicos. A ação deles permite, por exemplo, disponibilizar nutrientes naturalmente presentes no solo ou ar e a produção de hormônios de crescimento, e com isso reduzir a necessidade de adição de fontes externas de nutrientes”, detalha Aline. A engenheira agrônoma chama a atenção para a relevância de encontrar alternativas aos fertilizantes, dado o alto custo energético de produção e as reservas limitadas.

A tutora Maria Carolina observa que o projeto visa a melhorar a bactéria geneticamente, para que além de promover crescimento vegetal, vocação natural dessa bactéria, ela também tenha mecanismos para disponibilizar alguns nutrientes essenciais para a planta, como nitrogênio e fósforo. E tudo isso utilizando as ferramentas da biologia sintética. “Com isso, esse projeto irá promover e estimular a disciplina de biologia sintética nos acadêmicos, disseminar alguns conhecimentos na sociedade, divulgar a atuação da Esalq e do Brasil na comunidade científica do exterior e viabilizar a criação de algumas alternativas para agricultura mais sustentável”, afirma.

Para patrocinar o projeto ou obter mais informações, envie uma mensagem para o e-mail gbios.esalq@gmail.com.

 


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