Encontro na USP discute soluções para garantir verba de pesquisa

Com crise econômica, pesquisadores se reuniram para repensar a gestão de recursos ligados à produção científica

 10/08/2017 - Publicado há 7 anos
Público no workshop de Gestão de Projetos de Pesquisa – Foto: Divulgação/Maria Eleonor de Calasans, que é do IEA.

Assim como famílias e empresas, a Universidade também precisa reorganizar seus gastos diante de uma crise econômica. Um dos objetivos é garantir que a produção científica siga ativa. Diante desse cenário, surge a necessidade de estratégias que possam aprimorar a administração dos recursos de pesquisa e da gestão de pessoas, além de otimizar as despesas que já existem.

Essa foi a discussão presente no workshop Gestão de Projetos de Pesquisa, que ocorreu no dia 26 de julho, no campus Cidade Universitária, em São Paulo, e contou com a participação de profissionais de tecnologia da informação, pesquisadores, professores, funcionários de áreas administrativas e dirigentes da USP e de outras universidades.

Entre eles estava o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz. Ele lembrou que em universidades estrangeiras é comum que haja um escritório responsável pela gestão dos recursos de pesquisa para realizar todo o trabalho de captação, gestão, execução e prestação de contas dos recursos. Essa especialização permite uma gestão muito mais profissional e eficiente.

Nesse sentido, uma das iniciativas da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP foi solicitar o desenvolvimento de um sistema para a gestão e execução dos auxílios concedidos por agências de fomento — o GiP (Gestão da Informação de Projetos), que em breve possibilitará a exportação da prestação de contas automaticamente para a Fapesp.

“É fundamental para o pesquisador contar com um sistema que seja capaz de coletar os passos do ciclo de planejamento e execução financeira, além de ser capaz de fazer um relatório gerencial ou analítico desse ciclo”, explicou João Eduardo Ferreira, superintendente de Tecnologia da Informação da USP e responsável pelo desenvolvimento do sistema. Ainda assim, o GiP não é utilizado por grande parte dos pesquisadores da Universidade, o que dificulta o desenvolvimento da plataforma.

Regina Célia, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, contou um pouco sobre a reorganização do setor financeiro da FMRP para a criação do Centro de Gerenciamento de Projetos, que apoia os pesquisadores no planejamento, execução e prestação de contas de projetos financiados pelas agências de fomento. “Essa foi a grande oportunidade que nós sentimos quando surgiu esse projeto para a área financeira: usarmos todo o conhecimento técnico que a equipe tem. Por que eu vou treinar outras pessoas se as competências já estão ali?”

“Isso foi um grande ganho para mim”, disse Regina Célia, da FMRP, ao perceber que poderia contar com o capacitação dos funcionários para reorganizar o setor financeiro da faculdade – Foto: Maria Eleonor de Calasans/IEA

A ideia de criar centros ou escritórios de gerenciamento de projetos tem por objetivo, além de otimizar o uso dos recursos, garantir que o pesquisador possa se dedicar inteiramente à sua tarefa científica sem precisar tratar de atividades administrativas.

Essa foi a 24ª edição do Strategic Workshop, série de eventos que reúne pesquisadores da USP em torno de diversos temas interdisciplinares, com o objetivo de trocar experiências e promover novos arranjos de pesquisas entre os próprios profissionais da Universidade.

O próximo Strategic Workshop está marcado para o dia 14 de agosto de 2017, das 8h30 às 17h30, e tem como tema o Aprendizado de Máquina na Universidade de São Paulo, área que apresentou grandes avanços nos últimos anos e que atualmente chama atenção por ser uma tecnologia fundamental para o setor produtivo.

Assessoria de Imprensa da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP


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