Em 64 anos, USP em São Carlos já formou mais de 10 mil engenheiros

A EESC, Escola de Engenharia de São Carlos da USP, foi inaugurada em 18 de abril de 1953 com apenas 39 alunos

 19/04/2017 - Publicado há 7 anos
Fachada do prédio principal da EESC, no campus 1 da USP em São Carlos – Foto: Maicom Brandão

No dia 18 de abril de 1953, o então governador do Estado de São Paulo, Lucas Nogueira Garcez, proferia a aula inaugural da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, que iniciava suas atividades com 39 alunos selecionados dentre os 200 interessados nas 50 vagas disponíveis para as habilitações oferecidas: Engenharia Civil e Engenharia Mecânica. Hoje, exatos 64 anos depois, a escola conta com mais de 3 mil estudantes matriculados em dez cursos de graduação e mais de mil inscritos nos 11 programas de pós-graduação.

Atualmente, são ofertadas 490 vagas anuais para os cursos de graduação e, até hoje, já se formaram mais de 10 mil engenheiros, reconhecidos no Brasil e no exterior por sua competência técnica e profissional. O maior salto na oferta de vagas para esse nível do ensino ocorreu por volta dos anos 2000, com a criação de seis novos cursos e a abertura de 280 vagas entre os anos de 2002 e 2010.

No nível de pós-graduação, são oferecidas em média 250 vagas por ano, e já foram outorgados quase 7 mil títulos para mestres e doutores. Dos 11 programas, três possuem nota máxima na avaliação trienal da Capes – e os demais não ficam distantes –, o que demonstra a relevância e a qualidade dos trabalhos desenvolvidos nas 63 linhas de pesquisa existentes.

Esses resultados expressivos só são possíveis pelo comprometimento dos mais de 200 professores dos nove departamentos, os quais se dedicam a transformar os alunos em engenheiros qualificados e a desenvolver e orientar pesquisas cujos resultados colaboram com a melhoria constante de processos e produtos, além da qualidade de vida da sociedade brasileira, por meio da aplicação desse conhecimento científico produzido na escola.

Todavia, a EESC não faz tudo sozinha. Com sua expansão e evolução ao longo dos anos, houve desmembramentos que culminaram na criação de outras quatro unidades de ensino, pesquisa e extensão universitária da USP: o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), o Instituto de Física de São Carlos (IFSC), o Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e o Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU), conjunto que, aliado a outros órgãos da Universidade, compõe o campus da USP em São Carlos.

Esse desenvolvimento histórico fez com que muitos trabalhos, até hoje, continuem sendo feitos em parceria, como o oferecimento de cursos de graduação, programas de pós-graduação e inúmeras pesquisas com, inclusive, a colaboração de outros órgãos da USP – incluindo unidades de outros campi – e de outras universidades. Um exemplo importante é o acordo existente entre a EESC e a Prefeitura do Campus USP de São Carlos (PUSP-SC), visando à gestão de recursos e provimento de serviços aos alunos da escola.

Além da EESC, o campus de São Carlos tem ainda outras quatro unidades – Foto: Divulgação

Empresas de renome como Embraer, Petrobras, Embrapa, IBM, Scania e muitas outras também realizam atividades em parceria com a EESC, principalmente em pesquisas de alta tecnologia. Pequenas e médias empresas encontram na escola suporte para projetos e testes, além de consultorias e orientações. Os limites brasileiros igualmente já foram superados, e existem múltiplas ações em curso com cooperação internacional, seja com universidades ou empresas.

Nesse âmbito, 50 convênios exclusivos entre a EESC e instituições estrangeiras estão ativos no momento – além dos mais de 900 convênios abrangentes celebrados com a USP –, oferecendo oportunidades para professores, alunos de graduação e pós-graduação e funcionários técnicos e administrativos. No caso dos cursos de graduação, só no primeiro semestre de 2017, 35 estudantes deram início à parte de seus estudos fora do Brasil. O crescimento nessa área é intenso, o que pode ser notado no número de estrangeiros recebidos pela EESC, que quase quintuplicou nos últimos dez anos.

Outra característica em expansão é a inovação, presente dentro dos processos didáticos, administrativos e, principalmente, em pesquisas. Nesse último caso, a recente criação do Centro Avançado EESC para Apoio à Inovação (EESCin) tem o objetivo de apoiar a transferência de conhecimentos científicos e tecnológicos desenvolvidos nos laboratórios da escola para o mercado, promovendo a formação empreendedora em todos os níveis de ensino.

Apesar do foco tecnológico e no campo das ciências exatas, a cultura não é deixada de lado; com regularidade são promovidas exposições, mostras culturais, apresentações musicais e feiras que criam oportunidades para a participação e a interação de diversos públicos, inclusive de fora da USP. A extensão universitária também age diretamente interligando a escola à comunidade externa, com projetos de cunho social que trazem benefícios inúmeros para a sociedade e permitem uma formação mais ampla para os alunos envolvidos.

Áreas de pesquisa da EESC envolvem segurança hídrica, novas fontes de energia, formas de redução do impacto ambiental, novas perspectivas para o capitalismo e muitas outras – Foto: Umberto Patracon

Para manter a estrutura de quase 80 mil metros quadrados distribuídos em três áreas – com aproximadamente 70 salas de aula, além de laboratórios, biblioteca entre outros –, atuam diariamente mais de 300 servidores técnicos e administrativos que contribuem para o funcionamento e suporte das atividades. Dentre as 54 unidades que formam a USP, a EESC possui o quarto maior orçamento da Universidade.

Com toda sua competência, a EESC contribuiu diretamente – e continua contribuindo – com a solução de grandes problemas do Brasil, inclusive nas crises atuais. Vale destacar a intensa produção de conhecimento e soluções sobre a segurança hídrica; novas fontes de energia; formas de redução do impacto ambiental; melhoria da segurança em estradas, veículos, construções etc.; novas perspectivas para o capitalismo e técnicas mais sustentáveis e eficientes para agricultura, entre tantas outras pesquisas de destaque.

Da criação do motor a álcool a estudos de extração de petróleo no pré-sal, da descoberta de insetos ao lançamento de sondas espaciais, de projetos de construção e utilização de estradas à criação de veículos autônomos, de grandes pesquisas in loco até estudos simulados em laboratórios de alta tecnologia com realidade aumentada, da automatização de equipamentos e processos a estudos de sustentabilidade, nesses 64 anos a escola já atuou em um amplo rol de áreas do conhecimento, tendo uma trajetória marcante.

Segundo o diretor da escola, professor Paulo Sergio Varoto, “a EESC representa uma unidade de ensino, pesquisa e extensão que presta relevantes serviços à sociedade paulista e brasileira, formando líderes para o mercado de trabalho e desenvolvendo ciência de alta qualidade de maneira integrada e consistente”.

Da Assessoria de Comunicação da EESC

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