Cinco alunos vão representar a USP em hackathon do Vaticano

Equipe vai competir na Itália com estudantes de todo o mundo para resolver problemas sociais usando tecnologia

 09/01/2018 - Publicado há 6 anos
Alunos durante a maratona de programação que selecionou a equipe que competirá no Vaticano – Foto: Divulgação

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A equipe organizadora do USP na Vatican Hack anunciou os nomes dos cinco alunos que vão representar a Universidade na primeira maratona de programação do Vaticano, que será realizada nos dias 9, 10 e 11 de março, na Itália. A Escola Politécnica (Poli) da USP organizou e sediou a competição brasileira, realizada nos dias 16 e 17 de dezembro, no campus da Cidade Universitária, em São Paulo. Os estudantes tiveram como desafio desenvolver uma solução relacionada aos refugiados.

O Vatican Hack é promovido por um grupo formado pela Optic Society, com o suporte da Lateran University, Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Estarão representando a USP nessa competição dois alunos da Poli, Fadi Sami El Didi e Laís Harumi Fukujima Aguiar, que atuaram como engenheiros de software no hackathon da USP; Lidia Costa Gregorini, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), que trabalhou como designer; Fernando Vezzani Ferreira de Santana, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), que foi especialista em negócios; e Marina Garcia Ribeiro, aluna do Instituto de Biociências (IB), que atuou como designer de soluções sociais.

Os alunos se inscreveram para ocupar uma determinada atuação no grupo, daí cada um ter sua função no hackathon. Eles foram selecionados por processo de avaliação individual na competição, no papel que cada um desempenhou ao longo dos dois dias do evento, o que se deu independentemente da colocação de seus grupos na maratona.

Foram levados em conta para a escolha aspectos como qualificação, motivação social, sensibilidade e conhecimento sobre as questões levantadas pelo papa Francisco, além da capacidade de trabalhar em equipe. Os cinco escolhidos receberão apoio com passagens – fornecidas pela Poli para os engenheiros de software, pela FAU para o designer, pela FEA para o aluno de negócios, e pela Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da USP para a estudante do IB. A alimentação e a hospedagem serão fornecidas pelo Vaticano.

Fotos: Divulgação

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O que vem a seguir

“Como próximo passo, vamos oferecer aos estudantes um treinamento, no mês de fevereiro, para melhor qualificá-los para a maratona no Vaticano”, conta a professora Lucia Vilela Leite Filgueiras, professora do Departamento de Computação e Sistemas Digitais (PCS) da Poli, responsável por organizar o hackathon na USP. “Os alunos conseguiram um grande entrosamento nos dois dias do nosso hackathon e já estão bem integrados. Temos um bom grupo nos representando no Vaticano”, comemora.

Devem participar do torneio cerca de cem estudantes de 20 instituições de ensino superior ao redor do mundo. A competição foi estruturada de acordo com o que o papa Francisco pensa a respeito do uso das tecnologias como ferramentas transformadoras da sociedade e é voltada para a busca por soluções de problemas sociais atuais. O tema será selecionado entre três assuntos principais: combate ao desperdício, diálogo inter-religioso e migração e refugiados.

Portanto, o desafio a ser escolhido na disputa no Vaticano não será, necessariamente, o mesmo selecionado pela maratona realizada na USP. “Escolhemos trabalhar a questão dos refugiados na competição da USP porque é um tema próximo da nossa realidade. Trouxemos inclusive uma refugiada para relatar aos alunos, durante a maratona, as dificuldades que essas pessoas enfrentam”, lembra Lucia Filgueiras.

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A melhor solução na maratona

Além de definir, entre todos os participantes, aqueles que iriam para o hackathon do Vaticano, a equipe de mentores e a banca julgadora, composta de professores da Universidade, premiou o Grupo 5 pela melhor solução desenvolvida no âmbito do torneio realizado na Poli.

O grupo vencedor foi formado pelos alunos Lais Harumi Fukujima Aguiar (Poli), Rafael Rodrigues Mendes Ribeiro (Escola de Engenharia de São Carlos -EESC), Douglas Luan de Souza (Poli), Fernando Vezzani Ferreira de Santana (FEA), Haline Aparecida de Oliveira Floriano (Escola de Comunicações e Artes – ECA) e Victor Alves de Souza (FAU).

Membros do Grupo 5, que venceu o hackathon realizado em dezembro, na Poli – Foto: Divulgação

A equipe propôs como solução a plataforma Ref-a-Ref, uma central de e-mails que seria o primeiro emprego do refugiado. Uma empresa que tenha ou deseje ter um serviço de atendimento ao consumidor (SAC) por e-mail contrataria a Ref-a-Ref para utilizar sua plataforma. Caberá ao refugiado, cadastrado na plataforma, responder mensagens relacionadas a dúvidas ou sugestões encaminhadas ao SAC da empresa.

O refugiado seria pago pela empresa para receber os e-mails dos consumidores, ler e responder as mensagens utilizando um serviço de tradutor automático como apoio. Isso resolve três problemas do refugiado: encontrar um emprego inicial no país, aprender o idioma e ter uma fonte de renda inicial. Na assinatura do e-mail, haveria o nome do refugiado, com um breve histórico e currículo dele, além de um canal no qual a pessoa que recebeu a resposta poderia contatá-lo, via Ref-a-Ref, para uma oferta de emprego ou fazer uma doação a esse refugiado para dar apoio financeiro.

A empresa utilizadora da plataforma ganharia em relação ao custo das operações do SAC, que não seria superior ao que ela pagaria no mercado, mas, principalmente, estaria cumprindo com sua responsabilidade social, gerando um impacto positivo para sua imagem perante a sociedade.

Para chegar às soluções para o desafio na maratona da USP, como a plataforma Ref-a-Ref, todos os grupos assistiram a uma palestra sobre o tema do desafio – os refugiados e o contexto atual brasileiro na esfera política e social. Também viram apresentações sobre assuntos relacionados a desenvolvimento de projetos de inovação como design thinking, técnicas para desenvolver, testar, escalar e vender suas ideias, e oficinas de prototipação.

Confira no Facebook as fotos e os vídeos dos dois dias do USP na Vatican Hack e no site da maratona os nomes e fotos dos vencedores.

Da Assessoria de Comunicação da Poli


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