Toxoplasmose é uma doença silenciosa

O “Saúde sem Complicações” desta semana fala sobre a doença infecciosa na gestação e os riscos para o feto

 27/06/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 16/02/2018 as 14:47
Por

Clique aqui para fazer o download 

O Saúde sem Complicações desta semana aborda o tema toxoplasmose na gravidez com a médica assistente Cristina Gardonyi Carvalheiro, do Setor de Neonatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP.

A doença infecciosa é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Também é conhecida como doença do gato porque os felinos são os únicos que eliminam os cistos pelas fezes. Adultos com imunidade preservada podem não perceber os sintomas ou confundir com gripe, explica a médica, mas podem apresentar mal-estar, dor muscular e aumento de gânglio. Por não ter manifestações evidentes o diagnóstico da doença é feito com exame de sangue.  

Cristina afirma que o contato direto com o gato não oferece risco e sim a ingestão do parasita. “Por exemplo, mexer nas fezes do animal, não lavar a mão de maneira adequada e depois colocar a mão na boca.” A contaminação também acontece por ingestão de água contaminada pelo cisto, carne crua, verduras, frutas e legumes mal-lavados, e, raramente, por transfusão de sangue ou órgãos.

A toxoplasmose não tem cura, mas deve ser medicada e controlada. O infectado se torna portador crônico pelo resto da vida, porque o parasita fica dormente nos músculos e retina, por exemplo.

A prevenção é ter cuidado com a manipulação das fezes e areia do gato; ingerir carne bem cozida ou que seja congelada por pelo menos dois dias, água filtrada e fervida, e, ainda, verduras, frutas e legumes bem lavados são alguns dos cuidados para se prevenir.

Toxoplasmose nas gestantes

Cristina conta que a toxoplasmose atinge cerca de 50% das gestantes em Ribeirão Preto. Por isso o pré-natal adequado é importante, ressalta. Nos exames de sangue e sorologia, a grávida vai saber se já teve ou não a toxoplasmose.

O risco é maior para as mulheres que ainda não tiveram a doença, pois  a transmissão para o feto é mais preocupante na primeira infecção, durante a gravidez. “Nos últimos três meses o risco é maior, quase 70%. A cada dez mulheres que pegam infecção no final da gravidez, sete ou mais transmitem a infecção para o seu feto”, revela.

Para o feto, os sintomas mais comuns são lesões nos olhos, problemas no cérebro, surdez e aumento de fígado ou baço. E em recém-nascidos, como infecção generalizada.

Por: Giovanna Grepi


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.