A epilepsia é mais comum em países em desenvolvimento do que nos desenvolvidos, de acordo com o professor João Pereira Leite (foto) do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Para o professor a causa desse descompasso entre os países podem ser as péssimas condições de assistência perinatal, traumas de trânsito ou de violência urbana e infecções, todas passíveis de serem evitadas.
Essa doença neurológica, explica o professor, é caracterizada por descargas elétricas anormais e excessivas do cérebro. “Essas descargas causam manifestações involuntárias como, por exemplo, a crise tônico-clônica generalizada, popularmente conhecida como convulsão”.
Pereira Leite fala que cicatrizes ou lesões no cérebro, infecções como meningite e hereditariedade podem causar as descargas e, assim, o paciente tem a crise epiléptica. Se a cicatriz estiver próxima a área de motricidade, por exemplo, o paciente pode ter abalos motores. Outras crises podem levar o indivíduo apenas a não responder, como se estivesse paralisado.
Uma crise, normalmente, dura um minuto e para o professor é importante que alguns mitos sejam combatidos. Como o de colocar o dedo na boca para segurar a língua. Ele conta que a contração da mandíbula em uma convulsão é normal e o dedo pode machucar o ajudante e o epilético.
Assim, ele recomenda que a pessoa que está ajudando apenas afaste os objetos para que o indivíduo não se machuque e que desvie a cabeça para um dos lados para que o epiléptico não aspire a saliva. Além disso, quando a crise termina é ideal confortá-la explicando que era uma crise e mostrar o local que estão. Pereira Leite alerta que a pessoa pode se sentir sonolenta, fraca, ter dor no corpo e dificuldade para falar e entender.
O programa Saúde sem Complicações é produzido pela locutora Mel Vieira e pela estagiária Giovanna Grepi, da Rádio USP Ribeirão, com trabalhos técnicos de Mariovaldo Avelino e Luiz Fontana. Apresentação de Mel Vieira e direção de Rosemeire Soares Talamone.
Por: Giovanna Grepi