USP terá base oceanográfica na cidade de Santos

Instalação da base foi formalizada com a assinatura de convênio para a cessão do Armazém 8 à USP. Acordo foi assinado a bordo do Alpha Crucis, novo navio oceanográfico da Universidade.

 25/05/2012 - Publicado há 12 anos
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Instalação da base foi formalizada com a assinatura de convênio para a cessão do Armazém 8 à USP. Acordo foi assinado a bordo do Alpha Crucis, novo navio oceanográfico da Universidade

A nova base deverá ser instalada em cerca de três meses após a aprovação, pela Codesp, de um projeto arquitetônico de readequação do espaço, que foi apresentado pela USP

Um convênio entre a USP e a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) possibilitará a instalação de uma Base de Pesquisas do Instituto Oceanográfico (IO) no Porto Valongo, em Santos. No dia 14 de maio, representantes da Codesp e da Universidade assinaram o acordo, que estabelece a cessão do Armazém 8 à Universidade por um período de 25 anos, com possibilidade de renovação pelo mesmo prazo. A nova base deverá ser instalada em cerca de três meses após a aprovação, pela Codesp, de um projeto arquitetônico de readequação do espaço, que foi apresentado pela USP.

A cerimônia foi realizada a bordo do Alpha Crucis, novo navio oceanográfico do IO. No passadiço da embarcação, representantes da USP e da Codesp, juntamente com o prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, ressaltaram a importância ainda maior que a Universidade passa a ter no município. Os representantes da USP no encontro foram o superintendente de Espaço Físico, Antonio Marcos de Aguirra Massola, e os professores do IO, Belmiro Mendes de Castro Filho, Elisabete de Santis Braga da Graça e Marcos Cesar de Oliveira Santos.

Após a cerimônia, mais uma boa notícia: o prefeito anunciou que envidará esforços para que o navio oceanográfico Prof. W. Besnard permaneça no Porto de Santos e que seja transformado em um navio-museu. “Faremos contatos com ONGs e iniciativa privada para realizar este projeto. Afinal, o navio tem história em nossa cidade”, destacou.

 

Apoio à pesquisa

A nova base oceanográfica do IO deverá ser um importante apoio à pesquisa, ensino e extensão, segundo o diretor do Instituto, Michel Michaelovitch de Mahiques. Em um primeiro momento, serão instalados dois laboratórios gerais para suporte aos pesquisadores, quando da chegada dos materiais das embarcações. “Pretendemos também instalar, em curto prazo, uma sala de aula para atender a demandas de ensino e extensão”, antecipa.

Após a aprovação do projeto pela Codesp, a implantação da base se dará em três etapas. O superintendente do Espaço Físico explica que, na primeira fase, será feita uma reforma simples, como limpeza geral, regularização de pisos, conserto de telhado, pintura, instalação de luminárias etc.

A segunda etapa prevê a instalação de um módulo metálico para abrigar uma sala de aula para 60 alunos. Outros dois módulos serão instalados para serem usados como câmaras frigoríficas e outros quatro para sanitários. Além disso, haverá a adaptação das instalações elétricas e hidráulicas para a montagem das estruturas metálicas modulares do tipo contêineres. A implantação das duas primeiras etapas deverá ocupar uma área de cerca de 750 metros quadrados, que equivale à metade da área total do galpão.

A terceira etapa do projeto será a desmontagem e remontagem do galpão metálico existente e a execução da infraestrutura necessária para as novas instalações, conforme programa de necessidades a ser definido pelo IO. Toda a estrutura deverá ser deslocada em aproximadamente cinco metros em direção ao mar, como parte do projeto de modernização do cais. Nesta última fase, será feita a complementação e remontagem da estrutura metálica existente, execução das novas instalações elétricas e hidráulicas, sistemas de climatização e ventilação, vedação e execução dos pisos internos e pavimentação externas, entre outros trabalhos.

A aprovação do projeto, segundo o diretor da Codesp, Renato Ferreira Barco, não deverá demorar. “A análise técnica será feita assim que a USP nos enviar o projeto em definitivo. Tudo se encaminhará da maneira mais rápida possível”, garantiu.

Besnard como museu

O anúncio de transformar o Prof. W. Besnard em um museu foi bem-vindo pelos representantes da USP. A ideia é de que o navio seja uma das atrações na área do Porto, que passará por revitalização. O W. Besnard está atracado a uma distância de quarenta metros do Alpha Crucis, próximo ao Armazém 8. “Um navio como W. Besnard, com um patrimônio rico em informação e trajeto de pesquisa e ensino, não poderia deixar de ser integrado a este projeto de revitalização”, avalia a docente do IO, Elisabete de Santis Braga da Graça.

Para ela, uma vez preservado e adequado à visitação pública, o navio poderá dar continuidade à sua missão, fortalecendo o conhecimento e motivando muitos jovens a seguirem a carreira oceanográfica.

O planejamento está voltado, naturalmente, à manutenção da embarcação em água, desenvolvimento de projeto expositivo e educativo, além da logística envolvida na visitação.

Entre 1967 e 2008, o navio oceanográfico Prof. W. Besnard serviu a USP em suas pesquisas no mar, tendo realizado nove mil estações oceanográficas. Elisabete lembra que a embarcação cumpriu seis viagens à região Antártica. “Este ‘patrimônio’ teve participação em importantes decisões sobre a atuação do Brasil junto ao Tratado Antártico, além de muitos outros projetos de projeção nacional e internacional”, enfatiza. Para que seja mantido em condições mínimas de manutenção, o W. Besnard conta, atualmente, uma tripulação de seis pessoas.

(Antonio Carlos Quinto, especial para a Sala de Imprensa)


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