Hélio Nogueira da Cruz fala de seus projetos à frente da Vice-Reitoria

Descentralização, internacionalização e fortalecimento de todas as áreas da Universidade são alguns dos projetos do professor Hélio Nogueira da Cruz na Vice-Reitoria da USP.

 27/09/2010 - Publicado há 14 anos
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Descentralização, internacionalização e fortalecimento de todas as áreas da Universidade são alguns dos projetos do professor Hélio Nogueira da Cruz na Vice-Reitoria da USP

O vice-reitor Hélio Nogueira da Cruz

O aprofundamento da qualidade das atividades da USP é um tema unificador da gestão do reitor João Grandino Rodas, defende o professor Hélio Nogueira da Cruz, vice-reitor da Universidade. “Trabalhamos bem, mas para mim é um pressuposto básico que sempre podemos melhorar”, diz. Descentralização, internacionalização e fortalecimento dos padrões históricos da Universidade em seus cursos, pesquisas e demais áreas são ênfases da gestão. A revisão dos cursos de graduação, conforme noticiado pela imprensa na semana passada, também faz parte do processo (leia abaixo).

Entre as atribuições da Vice-Reitoria está a de coordenar a Comissão Permanente de Avaliação (CPA), órgão regimental encarregado de promover periodicamente as avaliações das unidades. O calendário da CPA está sendo seguido, observa Nogueira da Cruz. No ano passado, assessores externos visitaram todos os departamentos de todas as unidades e encaminharam relatórios e sugestões. A CPA está agora terminando de receber os comentários e reações das unidades sobre esses relatórios.
Em novembro, está programado um grande evento no qual os temas principais da avaliação institucional das atividades-fim (graduação, pós-graduação, pesquisa, cultura e extensão e internacionalização) serão apresentados à comunidade. Esse evento de certa forma continuará os debates travados no 1º Encontro de Dirigentes da USP (Geindi), realizado no final de agosto em Atibaia.

“A reunião de novembro será a apresentação, para um público mais amplo, do andamento dos trabalhos da CPA, que em boa medida tratam de temas abordados no Geindi”, diz o vice-reitor. Enquanto no fórum de Atibaia estavam presentes os diretores e vice-diretores, em novembro devem participar também os membros das várias comissões e conselhos da Universidade.

Esses temas, de fato, vêm sendo debatidos pela Reitoria em reuniões com diretores de unidades da USP desde o primeiro semestre. No Geindi, salienta Nogueira da Cruz, foi apresentada a consolidação das sugestões ocorridas em encontros anteriores e ocorreram debates temáticos sobre assuntos específicos que haviam aparecido como demandas dos dirigentes. “Foi um evento muito produtivo que reforçou, detalhou e aperfeiçoou as propostas da gestão do professor Grandino Rodas”, considera.

Outra área que envolve a CPA é a implantação do projeto Tycho (cujo nome homenageia o astrônomo dinamarquês do século 16 Tycho Brahe). O objetivo é centralizar a coleta de informações de todas as fontes – sejam elas dos sistemas corporativos da USP, como o Júpiter, o Janus e o Marte, ou de órgãos externos como a Fapesp e a Plataforma Lattes – e as articular para que os professores e funcionários não tenham que preencher enormes relatórios com os mesmos dados repetidas vezes. “É um sistema que já tem resultados importantes”, salienta o vice-reitor.

Demandas

No âmbito da Vice-Reitoria está também a Comissão de Permanência Estudantil, que teve reunião na semana passada (após o fechamento desta edição), para consolidar seus trabalhos e fazer solicitações para o orçamento de 2011. “Nosso projeto é sempre melhorar, buscando atender a todas as demandas justificadas e qualificadas da comunidade. É claro que as necessidades são grandes e não podem ser 100% atendidas”, ressalva, apontando que as demandas são encaminhadas à Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP).

A Vice-Reitoria dirige ainda outras áreas. Já há várias gestões, cabe ao vice-reitor responder pela presidência da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) e, mais recentemente, coordenar a Comissão de Claros Docentes da USP. “Estamos tratando dos claros concedidos para as unidades – tanto os temporários, que foram sujeitos a nova regulamentação a partir de decisão do Conselho Universitário, como os permanentes”, explica.

Outra atribuição recentemente assumida pela Vice-Reitoria é a questão dos convênios, envolvendo agências de fomento, órgãos nacionais e internacionais, empresas etc. Na avaliação de Nogueira da Cruz, a Universidade ainda não tem uma interação com a sociedade na intensidade que seria desejável. “Existem barreiras de ordem burocrática que podem ser diminuídas”, acredita.

A intenção do professor é definir com mais clareza quais são as exigências da legislação e quais são aquelas criadas pela própria Universidade, para que nesse último caso sejam adotados procedimentos que facilitem e tornem mais rápidos os processos. “A descentralização do sistema, dotando as unidades do poder de resolver boa parte dos problemas, pode ser um caminho muito favorável”, defende o vice-reitor.

“Graduação é a grande âncora do sistema”

A notícia de que o Conselho Universitário decidiu revisar os cursos de graduação da USP foi destaque na imprensa nacional na semana passada. Para o vice-reitor Hélio Nogueira da Cruz, “faz parte da normalidade da Universidade continuamente se avaliar”. “A área de cursos de graduação está próxima das preocupações da CPA e trabalhamos de forma muito afinada com as pró-reitorias. Acho que a revisão dos cursos de graduação é uma iniciativa importante”, afirma.

De acordo com o vice-reitor, “desde o início da gestão do professor Grandino havia um esforço em termos de revisão dos nossos procedimentos e busca de aprimoramento na área de cursos”. Nogueira da Cruz considera que no sistema atual, de universidades de pesquisa de alto padrão, “os incentivos são muitos marcados para áreas como pós-graduação e pesquisa, e outras, como a graduação, talvez não sejam tão valorizadas”.

“A Universidade tem que reconhecer a importância da graduação e deve vê-la como uma de suas prioridades básicas. Em certo sentido, a grande âncora de nosso sistema e a origem de tudo o que fazemos aqui é a graduação”, defende. O vice-reitor ressalva que algumas áreas têm demandas diferenciadas em termos de laboratórios e equipamentos e que os cursos novos precisam ter seu andamento acompanhado mais de perto. Reforça, porém, que a avaliação se dá em toda a Universidade – ou seja, em todos os seus departamentos e Unidades.

(Matéria publicada no Jornal da USP, edição nº 903)


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