Esclarecimento sobre o corte de árvores no campus de SP

Tendo em vista o interesse despertado pela obra da Praça dos Museus, a Superintendência de Gestão Ambiental da Universidade presta esclarecimentos.

 29/09/2011 - Publicado há 13 anos
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Tendo em vista o interesse despertado pela obra da Praça dos Museus, que será realizada na Cidade Universitária “Armando de Salles Oliveira”, em São Paulo, e para o entendimento mais completo do tema por parte dos usuários do campus e da população em geral, a Superintendência de Gestão Ambiental da Universidade esclarece que:

  • O projeto de compensação ambiental da área é baseado na portaria 44/2010, da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que rege o licenciamento ambiental na cidade de São Paulo;
  • 83,2% das árvores a serem cortadas são compostas por espécies exóticas (não pertencentes à flora nativa do Brasil, como eucaliptos, leucenas, agaves, entre outras), das quais 65% são exóticas invasoras, tais como leucena (Leucaena spp) e a palmeira seafortia (Archontophoenix cunninghamii). É necessário esclarecer as plantas invasoras competem com as plantas nativas da vegetação do campus, sendo esta a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo. Note-se que este manejo da vegetação é um aliado de todos que se preocupam com manutenção da vegetação e da fauna brasileira, pois está cientificamente comprovado que as invasões biológicas podem resultar em extinções da biota nativa.
  • As árvores a serem cortadas têm porte de três a quatro metros de altura, não robustas, com baixo diâmetro, constituindo vegetação típica de áreas abandonadas, uma vez que este local já foi alterado mesmo antes da construção da Cidade Universitária, quando era ocupado por chácaras e pela antiga Fazenda Butantã.
  • Por esses motivos, é impróprio comparar este conjunto de plantas com parques existentes na cidade de São Paulo, que se destacam pela qualidade da vegetação neles mantidas, cumprindo o importante serviço ambiental de manutenção da biodiversidade.
  • A obra conta com Projeto de Compensação Ambiental, que realizará o plantio de espécies arbóreas nativas, incluindo espécies ameaçadas de extinção, de forma que haverá aumento da densidade arbórea em sete vezes, de 1.592 árvores (antes das obras) para quase 7.000.
  • O objetivo da Universidade é conciliar a divulgação cultural com a preservação da vegetal nativa original desta parte do Estado de São Paulo.
  • A criação do Parque dos Museus resultou da necessidade de ampliação dessas Instituições – Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) e Museu de Zoologia (MZ) – de preservação da memória e exposição pública dos materiais contidos neles, sendo necessário destacar que o Museu de Zoologia é um dos mais importantes do mundo, com coleções monumentais da fauna neotropical, constituindo-se em uma das mais respeitadas instituições no estudo da biodiversidade.
  • Já foi firmado Termo de Compromisso Ambiental com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, demonstrando que todas as salvaguardas foram cumpridas e a legislação foi respeitada.
  • O projeto completo representará grande melhoria para a população, tanto no que se refere ao acesso às coleções dos museus, quanto ao que se refere à vegetação da cidade, que será aumentada e enriquecida com espécies nativas e valiosas para a flora brasileira, em cujo seio desenvolveu-se nossa nação.
  • Todo o processo de plantio das espécies nativas poderá ser acompanhado pelos interessados e pela imprensa. No próximo dia 3 de outubro (segunda-feira), a partir das 14h, representantes da Superintendência de Gestão Ambiental e da Coordenadoria do Campus da Capital (Cocesp) promoverão um encontro, para debater sobre o assunto, no Anfiteatro da Administração do Instituto de Biociências (IB). O encontro será aberto a toda a comunidade.

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(Foto: Ernani Coimbra)


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