Avaliação, transparência e sustentabilidade são diretrizes da gestão da nova diretora da Faculdade de Saúde Pública

 13/04/2010 - Publicado há 14 anos
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No púlpito, a nova diretora da FSP, Helena Ribeiro, faz seu discurso. À mesa (da esquerda para direita), o vice-reitor da USP, Hélio Nogueira da Cruz; o reitor João Grandino Rodas; o ex-diretor da Faculdade, Chester Luiz Galvão César; e o secretário-geral da USP, Rubens Beçak

A nova diretora da Faculdade de Saúde Pública (FSP), Helena Ribeiro, tomou posse no último dia 8 de abril, em cerimônia realizada no Anfiteatro “Prof. Dr. João Yunes”, que reuniu dirigentes da Universidade, dentre eles, o reitor da USP no período de 1993 a 1997, Flávio Fava de Moraes, além de professores, funcionários e alunos da Unidade.

Após a leitura dos termos de compromisso e de posse, a nova dirigente deu início a seu discurso, falando sobre o espírito colaborativo e multidisciplinar que faz parte do cotidiano da Unidade. “É este espírito intelectual aberto e pouco corporativo que pode explicar a eleição de uma geógrafa, a primeira e única entre seu corpo docente, como diretora da Faculdade”, considerou.

Helena é graduada e licenciada em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), mestre pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, e doutora pela USP na área de Geografia Física – Climatologia. Segundo ela, foi em Berkeley, um dos berços do movimento ambientalista, que teve a oportunidade de participar de um curso na área de Geografia da Saúde e da Doença, ministrado por um grupo de profissionais de várias áreas, entre elas, Medicina, Geografia Humana e Física, Cartografia e Antropologia.

Ao retornar ao Brasil, teve como importantes referências para sua formação teórica os professores José Roberto Tarifa, Carlos Celso do Amaral e Silva, ambos aposentados, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e Faculdade de Saúde Pública, respectivamente, e Milton Santos, um dos mais reconhecidos geógrafos brasileiros, falecido em 2001.

Em seguida, Helena apresentou os principais dados referentes à Faculdade, “uma pujante Unidade da Universidade de São Paulo”, conforme destacou, que conta, hoje, com 410 alunos de graduação no curso de Nutrição, 1.174 alunos de graduação de outras Unidades da USP e 386 alunos de Pós-Graduação Stricto Sensu.

Em relação às atividades de extensão, a FSP recebe, anualmente, cerca de 750 alunos em cursos de especialização e quatro mil pessoas freqüentam as atividades de educação continuada, como eventos científicos e cursos de curta duração. Helena ressaltou também que a Unidade pretende implantar um novo curso de Graduação

em Saúde Pública, que aguarda a aprovação do Conselho Universitário.

“Vejo a figura do diretor não como um patrão ou o dirigente de uma empresa, que define metas e ações, e sim como um dentre seus pares, que propõe a dedicar seu tempo e sua energia para viabilizar e liderar a vontade da comunidade”, mencionou.

Helena afirmou que suas diretrizes foram elencadas em consônancia com as estabelecidas pelo reitor João Grandino Rodas, ao assumir a Administração Central da Universidade: o aprimoramento, a avaliação, a transparência e a internacionalização. "No entanto, acrescentei a elas uma diretriz a mais: a sustentabilidade, em suas diferentes dimensões", disse.

Entre as ações que pretende desenvolver, a diretora destacou a reforma curricular do curso de Nutrição, a implantação de Mestrado profissional e de cursos a distância, a criação de uma Comissão de Apoio Comunitário, visando à sustentabilidade social, e o aprimoramento da infraestrutura física, instrumental e humana da Unidade. 

Afã do passado

Logo após o descerramento do quadro do professor Chester Luiz Galvão César, que integrará a galeria de ex-diretores da Faculdade, o reitor João Grandino Rodas relatou que aquela era a primeira posse que participava no chamado “Quadrilátero da Saúde/Direito” — composto pela Faculdade de Medicina, Faculdade de Saúde Pública, Escola de Enfermagem e Faculdade de Direito – desde que assumiu a Reitoria.

O reitor relembrou um pouco da origem da Escola, datada de 1918, quando da criação do Laboratório e da disciplina de Higiene na Faculdade de Medicina, pelo convênio firmado entre o Governo do Estado de São Paulo e a International Health Board, da Fundação Rockefeller, que, na década de trinta, destinou recursos para a construção do prédio onde hoje funciona a Faculdade.

A partir de 1925, o Departamento de Higiene adquiriu autonomia e passou a se denominar Instituto de Higiene de São Paulo, incorporado à USP em 1938. “Precisamos reviver o afã do século passado para resolver a problemática atual de saúde pública no Brasil. Esta Faculdade precisa pensar nisso e dar uma resposta à população”, afirmou.

O reitor fez um paralelo entre o que vem acontecendo no cenário brasileiro e o livro A peste, de Albert Camus, romance que narra a mudança na vida da cidade de Orã, no litoral da Argélia, depois que o local é atingido por uma terrível peste, transmitida por ratos, que dizima sua população. “Parece que estamos voltando à Idade Média”, avaliou.

O encerramento da cerimônia foi marcado pela apresentação do Grupo de Choro da Escola de Comunicações e Artes (ECA), formado pelos músicos Cibele Palopoli (flauta transversal), Álvaro Couto (acordeão), Tomás Bastos (violão) e Rubens de Oliveira (percussão). O grupo que apresentou três músicas: Proezas de Solon (Pixinguinha), Doce de Coco (Jacob do Bandolim) e Um a Zero (Pixinguinha).

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