Escola Politécnica terá Centro de Pesquisa na área de inovação em gás natural

O Centro conta com o apoio da empresa BG Brasil, que atua nas áreas de exploração e produção de óleo e gás e de gás natural liquefeito

 01/12/2015 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 04/10/2017 as 15:16
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O reitor Marco Antonio Zago (à esq.) e o presidente da Fapesp, José Goldemberg, na cerimônia de lançamento do Cepid

A Escola Politécnica (EP) é sede do novo Centro de Pesquisa para a Inovação em Gás Natural, lançado no dia 1º de dezembro, em cerimônia realizada na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp).

O Centro conta também com o apoio da empresa BG Brasil, que atua nas áreas de exploração e produção de óleo e gás e de gás natural liquefeito. O novo Cepid, que é o 18º mantido pela Fundação, tem como objetivo a investigação sobre o uso atual e futuro do gás natural de forma a aumentar sua participação na matriz energética e mitigar as emissões de gases de efeito estufa nas próximas décadas.

Coordenado pelo professor do Departamento de Engenharia Mecânica da EP, Júlio Meneghini, e pelo gerente de Projetos Ambientais do BG Group, Alexandre Breda, o Centro contará com investimentos da Fapesp da ordem de R$ 27 milhões e, da BG Brasil, no valor de R$ 30 milhões. Cabe à USP uma contrapartida na forma de apoio institucional e administrativo aos pesquisadores envolvidos. A proposta da EP foi selecionada no âmbito de chamada conjunta da Fapesp e BG Brasil.

Para o presidente da Fapesp, José Goldemberg, trata-se de um marco da participação brasileira no que ele chamou de “revolução energética global”. “O mundo vive uma revolução que deve culminar no amplo desenvolvimento de fontes renováveis de energia, mas nós ainda não chegamos lá. Nesse cenário, o gás natural se apresenta como uma transição por ser o mais limpo dos combustíveis fósseis. A Fapesp, ao lado da BG Brasil, financia uma iniciativa de proporções compatíveis com os desafios e os potenciais que São Paulo tem de gerar energia limpa. A Fundação acredita no papel do conhecimento científico nessa revolução”, declarou.

“O Centro contribuirá para tornar a matriz energética brasileira, em particular a paulista, ainda mais alinhada às políticas que propiciem uma substancial diminuição das emissões de gases de efeito estufa”, destacou o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz.

O diretor de Tecnologia do BG Group, Adam Hillier, destacou que a criação do Centro de Pesquisa para Inovação em Gás Natural poderá prover soluções importantes a todos os parceiros envolvidos.“A expertise do BG Group em gás natural está se unindo a esforços de pesquisa de diferentes áreas nas quais São Paulo é líder no cenário científico global. Dessa forma, a parceria tem o potencial de desenvolver pesquisa brasileira de classe mundial e proporcionar aplicações reais na indústria, como no pré-sal e no enfrentamento de desafios muito particulares, como o aumento da eficiência e o desenvolvimento de novos conceitos de propulsão híbrida para frotas de navios de metano”, afirmou.

Para o secretário adjunto de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, Ricardo Toledo Silva,”é urgente o crescimento das fontes renováveis na matriz energética, mas elas ainda enfrentam um problema em comum que é o de interrupção – como a biomassa, cuja disponibilidade é sazonal, e as energias solar e eólica, sujeitas a ciclos diários de instabilidade. Há várias áreas de pesquisa interessadas em resolver esses problemas e em desenvolver soluções para, por exemplo, estocar o acúmulo da energia gerada. Até lá, é de extrema importância o investimento no crescimento do gás natural como uma fonte de transição para a demanda energética.”

O reitor da USP, Marco Antonio Zago, ressaltou a importância da transferência do conhecimento produzido pela Universidade e a relação com o setor produtivo, em prol do desenvolvimento de projetos e políticas públicas. “Esta iniciativa, voltada a uma área estratégica não só para São Paulo, evidencia que a universidade desempenha um papel importante nas ciências básicas e também representa um lugar fundamental para a cooperação entre a pesquisa e a indústria. Foram três anos de um extenso trabalho entre pesquisadores da USP e da BG Brasil que resultaram em uma parceria capaz de oferecer soluções completas aos desafios energéticos com os quais o Brasil e o mundo lidam”, considerou.

Pesquisa

Orientado por três linhas complementares de pesquisa – Engenharia, Físico-Química e Política Energética e Economia – o Centro de Pesquisa para a Inovação em Gás Natural vai investigar a geração de energia com baixa emissão de carbono, o uso de gás natural como combustível para navios, a prevenção de emissões fugitivas de gás metano, a combustão avançada de gás natural, célula a combustível, a conversão de gás natural em matérias-primas para a indústria química, o desenvolvimento de uma cadeia de fornecimento de gás natural para áreas remotas, entre outros.

“Nossas linhas de pesquisa serão voltadas para o transporte e para o uso do gás, além da prospecção de novos insumos a partir dele”, adianta Júlio Meneghini. Os projetos poderão, por exemplo, investigar especificamente processos de reforma do gás natural para produção de hidrogênio ou desenvolver células a combustível com alta eficiência energética e baixíssima emissão de CO2.

As pesquisas serão conduzidas em parceria entre pesquisadores da EP, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE), do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e da Faculdade de Direito, todos da USP; do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e engenheiros da BG Brasil.

O Centro também irá interagir com o Sustainable Gas Institute (SGI), uma parceria entre BG Group e Imperial College London, por meio de intercâmbio entre pesquisadores e estudantes, compartilhamento de informações e os resultados das pesquisas, além da promoção de seminários, conferências e workshops.

(Foto: Ernani Coimbra / Com informações da Assessoria de Comunicação da Fapesp e da Acadêmica Agência de Comunicação)


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